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sexta-feira, 10 de novembro de 2023

TOMAS FUJIWARA'S TRIPLE DOUBLE – MARCH (Firehouse 12 Records)

“March” do baterista Tomas Fujiwara, outra oferta do seu sexteto Triple Double, foi gravada em Dezembro de 2019, antes da agitação racial generalizada que se seguiu aos assassinatos de George Floyd, Breonna Taylor e muitos outros em 2020. Porém, sente-se completamente de acordo com esses protestos, com uma raiva incontrolável e impaciência que animam cada momento deste álbum absorvente. Criando música que parece perfeitamente adequada para uma era tumultuosa, os instintos composicionais de Fujiwara estão no local, e ele organiza os talentos de seus colegas com uma segurança cultivada por anos de parceria frutífera.

O lançamento de estreia da banda, “Triple Double (Firehouse 12, 2017)”, estabelece o modelo que é continuado aqui, com Fujiwara e Gerald Cleaver na bateria, ao lado do par de guitarra (Mary Halvorson e Brandon Seabrook), e um trompete/cornet ligados em paralelo (Ralph Alessi e Taylor Ho Bynum). As diversas permutas disponíveis estão lá, e Fujiwara toma vantagem completa delas. A abertura, "Pack, Up, Coming For You", inicia com um dos "trios", Fujiwara com Halvorson e Bynum, trabalhando em um ostinato de medida ímpar de Halvorson antes dos outros três assumirem, este tempo com Seabrook na parte em ostinato ao lado de Cleaver e Alessi. Ao final da faixa todos os seis músicos reúnem-se para uma travagem final.

Outras faixas experimentam diversas configurações. Os bateristas se afastam um do outro durante a espirituosa "Life Only Gets More" como dos guitarristas, com Halvorson assumindo a primeira melodia e Seabrook tomando um papel suporte, antes dos papéis reversos e Seabrook tem a chance de dar um passo à frente. Os instrumentos de sopro ganham um pouco mais de alavancagem em "Wave Shake and Angle Bounce" com Alessi e Bynum em pleno voo sobre a base rítmica fervilhante providenciada pelas guitarras e bateria. Seabrook e Halvorson geram turbulência. Raramente tem Halvorson soado tão agressivo em seu instrumento, e as próprias contribuições fervorosas de Seabrook fazem muito para acender o poder de fogo dos instrumentos de sopro.

A música ocasionalmente baixa sua temperatura, conforme Bynum e Alessi exploram um lamentoso devaneio no início de "The March and the Storm Before the Quiet of the Dance", mas as faixas funcionam em seu caminho com frenesi antes de muito tempo, com o grupo outra vez dando plena voz ao seu descontentamento, com Halvorson e Seabrook montando um balanço maníaco de rock progressivo de Fujiwara e Cleaver. E a paradoxalmente denominada "Docile Fury Ballad" é apenas fascinante, mas com a ênfase colocada mais na fúria do que na docilidade. Apenas "Silhouettes in Smoke" faz o grupo permanecer em registro sóbrio, conforme Fujiwara, aqui, toca o vibrafone para complementar algumas reflexões lânguidas pelos instrumentos de sopro, enquanto os guitarristas conseguem se segurar em cheque para a duração da peça.

A única deficiência do álbum, realmente, é sua relativa brevidade. O tempo total de 53 minutos é ilusório, conforme a faixa consiste em 17 minutos da improvisação da bateria de Fujiwara/Cleaver, "For Alan, Part II". Um seguimento de "For Alan" a dedicatória baseada na bateria do mentor de Fujiwara, Alan Dawson encontrado no Triple Double, as pulsações da faixa com o poder combinado de dois percussionistas trancados em relacionamento hermético. Porém, não pode combinar a intensidade coletiva do sexto completo, sendo em sua maioria indisciplinado. Indiferentemente, O que Triple Double faz em “March” é absolutamente de primeira classe, e mais que bastante para nos manter até o próximo passeio do grupo.

Faixas: Pack Up, Coming For You; Life Only Gets More; Wave Shake and Angle Bounce; The March and the Storm Before the Quiet of the Dance; Docile Fury Ballad; Silhouettes in Smoke; For Alan, Part II.

Músicos: Tomas Fujiwara: bateria, vibrafone (6); Gerald Cleaver: bateria; Mary Halvorson: guitarra; Brandon Seabrook: guitarra; Ralph Alessi: trompete; Taylor Ho Bynum: cornet.

Nota: Este álbum foi considerado, pela DownBeat, um dos melhores lançados em 2022 com a classificação de 4 ½ estrelas.

Fonte: Troy Dostert (AllAboutJazz)

 

 

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