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sábado, 9 de dezembro de 2023

ANAT COHEN – QUARTETINHO (Anzic Records)

Como tem se manifestado nos palcos do mundo e em notáveis lançamentos como “Luminosa” e “Claroscuro (Anzic Records, 2015, 2012)”, a clarinetista nominada ao Grammy, a profunda fascinação e deleite com a música do mundo da compositora & líder Anat Cohen, especialmente a quente mistura do Brasil com ritmos do Sul da África, suingue cajun e dança europeia, faz de “Quartetinho” uma audição irrepreensível.

Infundido e repleto de uma grande quantidade de melodia à esquerda, à direita e ao centro, a carismática Cohen toma poucos passos atrás do seu tenteto magistral do lançamento “Triple Helix (Anzic, 2019)” para a estreia do seu novo quarteto world-folk, Quartetinho. Jogando umas com as outras travessuras expressivas e melodiosas, Cohen e seus companheiros, Vitor Gonçalves ao piano, acordeón & Rhodes, o baixista Tal Mashiach, junto com James Shipp atuando no vibrafone, percussão e sintetizador analógico, tecem um intimista e lírico balé, repleto de cor e concepção.

Começando com o zumbido de Shipp, a dissonância em rubato, "Baroquen Spirit" rapidamente estabelece a interação rapsódica que define “Quartetinho”. O clarinete baixo de Cohen, sua entonação popular, rústica e ousada, primeiro emparelhamento das vibrações de Shipp, então junta-se ao centro emotivo de Goncalves para criar uma atmosfera de melancolia jubilosa. É um delicioso começo.

Um tecelão de sonho do primeiro grau, a infinitamente recompensadora de Cohen, "Palhaço", segue. A coesa mistura de solos vibrantes de Cohen, Gonçalves e Shipp, realizaram juntos emocionante delicadeza de Mashiach, "Palhaço", é a primeira de muitas performances notáveis. Com o quarteto completo pulando das batidas do baião (uma firmemente sincopada com dupla métrica), o próximo destaque, a tomada moderna delirantemente descolada de Shipp do standard brasileiro, "Boa Tarde Povo", é maravilhosamente reminiscente de muitos dos momentos mais modernos encontrados no repertório do Herbie Hancock Headhunters.

Construído em torno de um Rhodes sombriamente texturado e movidos pelo 6/4, Cohen confronta a exuberância de Shipp com "Birdie". Porém, o espírito de Cohen e temperamento certificam-se de que não está escuro por muito tempo. Seu desarmamento divertido, um trabalho de segunda linha do blues em "Louisiana" apresenta Shipp e Goncalves, tendo um dia de campo de amarelinha uns aos outros, em meio a um leve pizzicato de Mashiach. Uma caprichosa e energética composição do filho nativo do Brasil, o guitarrista & compositor Egberto Gismonti, "Frevo", compensa ainda a complementar o fechamento, a introspecção do Velho Mundo de "Vivi & Zaco" conforme Mashiach assume sua guitarra acústica, Goncalves tem o acordeón para criar uma bem-vinda cortina para Cohen e Goncalves para discutir seus pensamentos e inquietudes, enquanto passeia em um tranquilo lado da rua em São Paulo. Dois anos em formação (como aconteceu com tudo, exceto nossa política complicada, a epidemia dos últimos par de anos encerrou a banda após seu primeiro show em Março em 2020). “Quartetinho” nunca decepciona ou engana.

Faixas: Baroquen Spirit; Palhaço; Boa Tarde Povo; Birdie; Canon; O Boto; The Old Guitar; Frevo; Louisiana; Going Home; Vivi & Zaco.

Músicos: Anat Cohen: clarinete; Vitor Gonçalves: acordeón, Rhodes, piano (todas as faixas); James Shipp: percussão, vibrafone, sintetizador analógico (todas as faixas); Tal Mashiach: baixo, guitarra acústica (todas as faixas).

Fonte: Mike Jurkovic (AllAboutJazz)

 

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