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quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

BLOODMIST – ARC (5049 Records)

“ARC”, o quinto lançamento do trio Bloodmist, deve ser a resposta do século XXI para o trabalho seminal de Lou Reed, “New York (Sire, 1989)”. Não que este “ARC” seja um álbum de rock, porque certamente não é. Não tem letras, nem referências a avenidas sujas, mistérios da loja de dez centavos ou morte do sonho estadunidense. Só que a desgraça que Reed canta está plenamente exposta aqui.

O trio é composto por clarinete mais a eletrônica de Jeremiah Cymerman, Mario Diaz de Leon nos sintetizadores mais drum machine (bateria eletrônica), e o baixista Toby Driver. Como os lançamentos anteriores do Bloodmist, a música permanece em uma aura de humor e som. Com “ARC”, o som do trio amadureceu em uma apresentação completa, construída sobre a escuridão e sombra, prateleira e ruína. Porém, isto não é espírito adolescente angustiado. É mais estruturado, como nós ouvimos na faixa de abertura "Battle Mountain”, onde a árdua pulsação prefigura o clarinete fragmentado e a estática de sinais elétricos. Como outros lançamentos de Cymerman, seu “Systema Munditotius, Vols. 1 & 2” (5049 Records, 2020 & 2021, respectivamente), e o mais excelente “Decay of the Angel (5049 Records, 2018)” há mais consideração e o planejamento vai para o desenho sonoro. Camadas são trabalhadas sobre reverberações que ecoam como uma estratégia intencional. Cada músico está encerrado em sua orientação, escura como é. A música ajusta-se bem com a citação do famoso Thelonious Monk, "É sempre noite, ou nós necessitaríamos da luz".

Faixas: Battle Mountain; Creston; Red Canyon; Santa Filomena.

Músicos: Jeremiah Cymerman: clarinete; Toby Driver: baixo; Mario Diaz de Leon: sintetizador; Mario Diaz de Leon: drum machine (bateria eletrônica); Jeremiah Cymerman: eletrônica

Fonte: Mark Corroto (AllAboutJazz) 

 

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