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terça-feira, 12 de dezembro de 2023

BRUNO RABERG - LOOK INSIDE (Orbis Music)

O baixista & compositor sueco, Bruno Raberg, tem sido ativo como líder e um acompanhante em cinquenta anos, movendo-se perfeitamente entre os mundos do jazz, improvisação e, em álbuns tais como “Triloka: Music For Strings And Soloists (Orbis Music, 2017)”, com música contemporânea para cordas. Residente nos Estados Unidos desde 1981, ele toca em numerosos trabalhos, enquanto mantem um período de longa data como professor em Berklee. Para 13º lançamento como líder, Raberg explora novo terreno, agora em forma de trabalho solo. Um músico, um baixo, uma visão... mas uma pluralidade de idiomas.

Curtos segmentos improvisados são amarrados por fortes ancoradouros melódicos. Este é o caso de "Island Pathways", cujos temas dançantes entram e saem de desvios rápidos de forma livre. As viagens distantes de Raberg, como um músico de excursões e educador, informa seu toque assim como alguns de seus principais marcos. Africa e Miles Davis se interconexam em "Kansala-Nardis" como se Raberg estivesse tocando uma mbira (NT: é uma família de instrumentos musicais, tradicional do povo Shona do Zimbábue. Eles consistem em uma placa de madeira com dentes de metal escalonados anexados, tocados segurando o instrumento nas mãos e puxando os dentes com os polegares, o dedo indicador direito e às vezes o indicador esquerdo) com a execução de uma única nota sangrando na melodia de Davis. A melodia no arco e dedilhar rítmico alterna em "Chennai Reminiscence" como um diálogo entre sarangi (NT: é o principal instrumento de cordas friccionadas da Índia, Nepal e Paquistão. A forma varia muito do Norte para o Sul. Tem um braço curto e muito largo, 3 ou 4 cordas, mas um grande número de cordas simpáticas) e tabla.

O denominador comum nas classicamente inspiradas peças originais tais como "A Minor Excursion" e "June Poem" e nos standards do jazz tais como "Prelude to a Kiss" de Duke Ellington & Billy Strayhorn e "My Man's Gone Now" dos irmãos Gershwin é puro lirismo de Raberg. Sem pressa, com espaço bem-vindo e exalando um calor terroso, este toque no baixo é mais encantador. Apenas a livremente improvisada, "Gyrating Spaces", faz o baixista invocar uma paisagem sonora mais ousada que combina o nervosismo do pizzicato, rap percussivo e uma forte dose de abstração marcada por algumas desafinações travessas.

Um toque de cultura americana folclórica permeia a adorável "Ode To Spring", enquanto "Stillness" encerra o álbum com uma nota sussurrada e reflexiva. Raberg parece ter o ouvinte firmemente em mente em um prato acessível, que serve uma diversidade de estilos e humores... —tudo transmitido com elegância e economia. Como tal, o programa parece feito sob medida para uma transferência bem-sucedida para um ambiente ao vivo.

Faixas: Island Pathways; Kansala - Nardis; Chennai Reminiscence; A Minor Excursion; Prelude to a Kiss; Gyrating Spheres; A Space Between; June Poem; My Man's Gone Now; Ode to Spring; Stillness - Epilogue.

Fonte: Ian Patterson (AllAboutJazz)

 

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