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quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

DAY AND TAXI - LIVE IN BADEN (Clean Feed Records)

Com apenas sete lançamentos em sua história de mais de 30 anos, a banda suiça Day & Taxi, liderada pelo saxofonista e compositor Christoph Gallio, essa não está exatamente bem documentada. Isto é uma vergonha, já que tem sido um conjunto consistentemente estimulante e que tem uma visão ampla da tradição do free jazz. Gallio foi a única presença constante desde a existência do grupo, mas a corrente formação, desde 2018, compreende o baixista Silvan Jeger e o celebrado baterista estadunidense, agora residindo na Suíça, Gerry Hemingway, que convence como um dos melhores.

Gallio desenvolveu sua própria voz em que suas linhas complicadas, que se enrolam e se fragmentam em gritos emotivos e desgastados, às vezes trazendo à mente Oliver Lake do World Saxophone Quartet, famoso por seus saltos angulares e, em mais uma remoção, sua inspiração, Eric Dolphy. Em "Faces" seu saxofone soprano gagueja, ocasionalmente, relembrando seu, por um tempo, professor Steve Lacy.

Gallio compôs todos os números deste álbum gravado em sua cidade. Estes transportam o trio pra locais não familiares. Ou é o trio levando as músicas para novas paragens? Provavelmente, um pouco dos dois. Duas das nove faixas estão abaixo da marca de um minuto, enquanto apenas quatro estão acima de seis. Embora não seja surpreendente que as faixas mais longas coloquem a carne improvisada nos ossos composicionais, as peças mais curtas, entretanto adicionam variedade e novidade no programa de três quartos de hora, notavelmente em "Dieses Gedicht Erinnert Sich", onde Jeger recita/canta sobre um uníssono espasmódico.

A mais longa das faixas, a abertura "Tall Guy Blues" revela o atraente modus operandi da unidade. Pequenas passagens em ritmo e harmonia do baixo despreocupado de Jeger primeiro estabelece o clima, antes de Hemingway cair para trás e antes de Gallio sobrepor um motivo simples de saxofone terroso, que é esticado, comprimido, torcido e finalmente deixado para trás na criação do meio de um vórtice rodopiante. É um efeito maravilhoso, feito possível por capacidade incomparável de mudar de dentro para fora de forma tão imperceptível de  Hemingway, e um para o qual eles retornam novamente, com este tempo executado no microcosmo, na vigorosa "Kopfnuss."

Embora possa não abrir novos caminhos, o trio prospera na relaxada, mas emocionante interação, que é contrapontual, acolhedora e, mais importantemente, uma audição valiosa.

Faixas : Tall Guy Blues; Infinite Sadness; Mare; Dieses Gedicht Erinnert Sich (Words by Thorsten Krämer); Kopfnuss; Faces; Too Much Nothing; Jimmy; Marina and the Lucky Pop Song Transformation.

Músicos: Christoph Gallio (saxofone soprano); Silvan Jeger (baixo acústico); Gerry Hemingway (bateria); Silvan Jeger (voz & sequenzer)

Fonte: John Sharpe (AllAboutJazz)

 

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