Este álbum fabuloso, gravado durante três trabalhos de
clubes de Nova York em 1964, 1965 e 1966, classifica-se entre os mais finos
componentes do ilustre catálogo do pianista/compositor. Há diversas coisas a
caminho: a qualidade e a intencionalidade compartilhada dos dois, formações levemente
diferentes, a escolha do material e seu cuidadoso encadeamento; a vibração das performances,
que é bastante para praticamente ressuscitar da morte e a qualidade da
masterização do CD pelo selo ezz-thetics do jedi sonoro Michael
Brändli, cujo trabalho em efeito equivale a uma restauração completa do áudio.
Três das cinco músicas (a sétima faixa do álbum contém duas
versões cada uma de "Que Pasa" e "African Queen") são do
celebrado “Song For My Father (Blue Note, 1964)” de Silver e interpretadas pela
banda, que as tocou naquele álbum: Silver, o saxofonista tenor Joe Henderson, o
trompetista Carmell Jones, o baixista Teddy Smith e o baterista Roger
Humphries. "Song For My
Father", "The Natives Are Restless Tonight" e "Que
Pasa" nunca soaram tão bem.
O mesmo pode ser dito para "Señor Blues" de “6
Pieces Of Silver (Blue Note, 1957)”, a faixa título de “Tokyo Blues (Blue Note,
1962)” e "African Queen" de “The Cape Verdean Blues (Blue Note, 1965)”.
As duas versões de "African Queen" as últimas faixas em termos de
data que foram gravadas (na Half Note em noites separadas em Fevereiro
de 1966), tendo Woody Shaw em lugar de Jones e Larry Ridley no lugar de Smith. O
restante dos músicos permaneceu.
Resenhistas, usualmente, não fazem citações das palavras de
outros escritores, muito menos dando-lhes atribuição, mas em uma ocasião alguém
faz uma observação que vale a pena repetir textualmente. A nota de Brian Morton
para “Live New York Revisited” é precisa em sua análise sobre a importância de Silver
dentro do desenvolvimento do jazz. Eis a tese geral de Morton: "Bem antes
de sua morte em 2014, a reputação de Silver veio a ser obstruída, ou manchada
com a noção que ele era, relativamente, uma figura pequena, mais um animador
que um inovador". Ele expõe no discurso as várias maneiras nas quais Silver
foi uma figura inovadora, incluindo isto: "Seu hábito de citar outras músicas
em seus solos, frequentemente rejeitado como superficial, um truque para
agradar a plateia, é um precursor da cultura de amostragem e hip-hop. É também
um reconhecimento de [como] profundamente informado Silver estava sobre o cânone
e sua evolução. Eis uma linha minha, ele deve dizer, e aqui é de onde veio, mas
também aqui e aqui. Seu único equívoco nesta consideração foi sorrir, enquanto
estava tocando.... um desafio para a noção bastante recente que o jazz deve ser
mortalmente sério e jogado com um rito doloroso".
Rostos alegres em vez de ritos dolorosos deveria ser a
resposta universal a este álbum.
Faixas:
Song For My Father; African Queen; The Natives Are Restless Tonight; Que Pasa;
African Queen; Tokyo Blues; Señor Blues.
Músicos:Horace
Silver: piano; Carmell Jones: trumpet (1, 3, 4, 6, 7); Woody Shaw: trumpet (2,
5); Joe Henderson: saxofone tenor; Teddy Smith: baixo (1, 3, 4, 6, 7); Larry
Ridley: baixo (2, 5); Roger Humphries: bateria.
Fonte: Chris May (AllAboutJazz)
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