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segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

THE HEAVY HITTERS - HEAVY HITTERS (Cellar Music Group)

A autointitulada estreia do Heavy Hitters, o mais recente sexteto do pianista Mike LeDonne, tem o sentimento de um álbum tributo. No entanto, diferente da maioria das gravações desta natureza, não está presente um repertório clássico, já que todas as nove faixas são compostas por LeDonne ou seu colega, o saxofonista tenor Eric Alexander. Em vez disto, é um tributo para um som que LeDonne e parceiros estão buscando: neste caso, aquele do período icônico, 1950-60, do selo Blue Note, quando artistas tais como Freddie Hubbard, Joe Henderson, Wayne Shorter, Herbie Hancock e muitos outros efetivamente colocavam sua marca no meio século do jazz. Desde o design arrojado mas direto das capas dos álbuns, a escolha do espaço para a gravação, o  famoso estúdio usado pela Blue Note do ex-produtor Rudy Van Gelder  , “Heavy Hitters” evoca a era de ouro do jazz com petulância e musicalidade de alto nível.

Os músicos não disfarçam suas dívidas musicais. A abertura crepitante, "Hub", terá os fãs de Hubbard revisitando joias clássicas como “Hub-Tones (Blue Note, 1963”) ou “Breaking Point (Blue Note, 1964)”, e a vibração profunda de Horace Silver em "Silverdust" com uma cabeça de hard-bop que navega sem esforço e com um balanço inegável. Em outros lugares, outras lendas do jazz são reconhecidas, como "Cedar Land" é construída sobre uma progressão de acordes de "Holy Land" do pianista Cedar Walton, enquanto "This is Something New" é adaptada de uma música inconclusa do saxofonista George Coleman.

Projetos desta espécie invariavelmente assumem riscos de virem a ser meros exercícios nostálgicos, relembrando-nos da incomparável grandeza dos titãs de idade. Embora existam momentos, aqui, no qual isso pode acontecer, como um ouvinte temporariamente esquece que eles estão ouvindo algo não gravado em 1965, mas em 2022, a abundância de forte toque ao longo do disco é mais que o bastante para manter o interesse. Os solos de LeDonne são maravilhosos, mas talvez ainda mais impressionante seja o seu acompanhamento, que é consistentemente inventivo e ritmicamente tenaz: confira seu trabalho abaixo dos solistas no matiz latino "Un Dia es un Dia" como evidência, onde ele explora com entusiasmo para manter a música em movimento. Os instrumentos de sopro, que inclui não apenas Alexander, mas também o saxofonista alto Vincent Herring e o trompetista Jeremy Pelt, trazem uma plenitude de fogos de artifício aos procedimentos. Porém, eles são também capazes de esculpir ruminações mais pensativas também. Declaração emocionante de Alexander na adorável balada "Big Richard" é um caso em questão. O conjunto de ribombos de Peter Washington e Kenny Washington é difícil de bater, com instintos impecáveis para o suingue balançante.

Contudo, este é um lançamento satisfatório que extrai um conjunto de finas contribuições dos músicos, que estão realmente entre os “heavy hitters – NT: rebatedores pesados " da geração deles. Fãs do jazz clássico apreciarão muito o espírito e dedicação em exibição aqui.

Faixas: Hub; New Day; Silverdust; Un Dia es un Dia; Big Richard; Chainsaw; This is Something New; Cedar Land; Bluesit.

Músicos: Mike LeDonne: órgão, Hammond B3; Eric Alexander: saxofone tenor; Jeremy Pelt: trompete; Vincent Herring: saxofone; Peter Washington: baixo; Kenny Washington: bateria; Rale Micic: guitarra.

Fonte: Troy Dostert (AllAboutJazz) 

 

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