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sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

ALLISON AU - MIGRATIONS

A saxofonista canadense Allison Au diz que se sentiu atraída pela simplicidade de um quarteto de jazz " como um veículo para concretizar as visões das minhas composições originais". Charlie Parker deve ter sentido o mesmo; Art Pepper, também. E John Coltrane. Au manteve este formato para seu “Wander Wonder (Self Produced, 2018)” e o autoproduzido de 2017 “Forest Grove”. Ambos foram passeios fantásticos que mostraram o potencial do jovem artista. Mas, tal como acontece com os gigantes notáveis ​​​​mencionados acima, Au deve ter tido a necessidade de expandir sua paleta e explorar as possibilidades sem fim de uma banda maior. Ela faz isto em “Migrations”.

A saxofonista alto manteve seu quarteto de jazz a reboque —o pianista Todd Pentney, o baixista Jon Maharaj, com Fabio Ragnelli atuando na bateria. Para esta formação, Au adicionou um quarteto de corda e um vibrafone e a vocalista Laila Biali. Os resultados são magníficos, ricos e incrivelmente lindo, indo muito além das expectativas para um músico com apenas três pequenos trabalhos anteriores em seu currículo. É um grande trabalho de arte. Poderia ser rotulado como sua obra magna, mas está no início do jogo. Au, seguramente, tem muita música pela frente, e alguns poderiam competir com “Migrations” por essa designação. Competir com ele, não o eclipsar.

Este é um trabalho ambicioso. É o exame musical de Au sobre por que as pessoas deixam suas terras natais e buscam novos territórios., deixando tudo para trás. Migration (Migração) é parte da história do saxofonista —um avô que deixou a Malásia pelo Canadá, uma vó que fugiu do Holocausto na Europa. “Migrations” fala sobre a identidade birracial de Au, sua identidade como canadense e filha de pais imigrantes. E fala eloquentemente.

Os arranjos de Au abraçar os vocais de Laila Biali —canto, recitação ou vocalese—com carícias hábeis. As palavras vêm de uma variedade de fontes poéticas: Emma LaRocque, Ruth Padel, Rae Marie Taylor, Duncan Mercredi, Chief Dan George, Langston Hughes e Wanda Coleman. Celebra, com o mais adorável dos toques suaves, todos os que fugiram da perseguição, pobreza esmagadora, pátrias devastadas pela guerra e genocídios, e estende a mão àqueles que lutaram para obter aceitação na nova cultura, encontrando um novo lar.

A música parece um híbrido de jazz/clássico do tipo mais acessível. Às vezes traz à mente—em escalas menores— a obra-prima de Maria Schneider (uma delas) “Concert In The Garden (ArtistShare, 2004”), que apresentou Luciana Souza no vocal, e os arranjos impecáveis de  Schneider.

Faixas : Choice; Prayer; The ISM; Progress; Aves Raras; Racing Across The Land; For Russel and Rowena Jelliffe; Them (intro); Them; Keep A Few Embers From The Fire; Migration; Pecola; I Dream A World.

Músicos: Allison Au (saxofone alto); Todd Pentney (piano); Jon Maharaj (baixo); Fabio Ragnelli (bateria); Laila Biali (piano e vocal); Amahl Arulanandam (cello); Catherine Grey (viola); Jeremy Potts (violino); Aline Hamzy (violino); Michael Davidson (vibrafone).

Fonte: Dan McClenaghan (AllAboutJazz)

 

 

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