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quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

JOE FARNSWORTH - IN WHAT DIRECTION ARE YOU HEADED? (Smoke Sessions Records)

Joe Farnsworth cresceu em uma família musical e começou tocando bateria quando jovem. Posteriormente, ele estudou e graduou-se pela William Patterson College em Nova Jersey, onde o corpo de professores incluía Harold Mabern e Cedar Walton, que seriam fundamentais para iniciar sua carreira. Ele atuou com Benny Golson durante oito anos e passou a ser um nome bem demandado. Seu estilo é profundamente enraizado nas tradições do bebop e do hard bop, caracterizado por um sentimento rítmico bem conduzido, tempo impecável e uma expressiva abordagem na improvisação. A partir daí, a lista de estrelas com as quais ele tocou é tão diversa quanto os nomes dos líderes com as quais atuou como George Coleman, Diana Krall, McCoy Tyner, Pharoah Sanders, Wynton Marsalis e Harold Mabern para nomear alguns poucos.

O primeiro dos dois álbuns de Farnsworth para a Smoke Session Records foram inicialmente sessões de trio com Kenny Barron e Peter Washington, embora o primeiro tenha apresentado Wynton Marsalis em quatro faixas. O título de seu último álbum para o selo faz a seguinte questão musical, “In What Direction Are You Headed? – NT: Em que direção você está indo?”. A resposta é ....Ele está indo em algum lugar totalmente diferente.

Nas notas para o disco, Farnsworth explana, "Kurt Rosenwinkel basicamente me ligou do nada; eu nunca o encontraria ou, realmente, até ouvi-lo tocar. A semana [nós tocamos junto] no Vanguard abriu um novo mundo de possibilidades para mim. Eu fiquei deslumbrado ao ouvir suas composições e conhecer sua capacidade artística". Neste momento, Farnsworth decidiu que seu próximo projeto seria construído em torno de Rosenwinkel. Ele indica, "Kurt era o recurso; nós estávamos indo para fluir através do seu espírito". Para reencher o som, ele trouxe Immanuel Wilkins para atuar no sax alto. Junto com Robert Hurst no baixo e Julius Rodriguez nos teclados, a direção foi solidificada.

A faixa título veio a ser peça central do álbum. Composta pelo amigo e mentor de Farnsworth, Harold Mabern, é uma canção que ele diz que sempre quis gravar. Após ouvir Rosenwinkel tocar, ele pensou na canção outra vez. Em recente entrevista ele disse, "Eu acredito em um Higher Power (Poder Superior), e eu lembro Harold Mabern falando para mim. Eu sabia que ele estava me incentivando a me abrir para novos estilos de música. Era verdadeiro para mim mesmo e deixou a música que há dentro de mim emergir". A faixa é uma exploração de possibilidades. Wilkins e Rosenwinkel, particularmente, estão impressionantes e Farnsworth sai da zona de conforto durante toda a música, mas especificamente seu solo exibe-o tentando algo novo.

O álbum inicia com a primeira das três composições de Rosenwinkel, "Terra Nova". A guitarra estabelece uma retaguarda etérea com uma melodia cantada quase como uma flauta. Segue na simplicidade, bela balada, onde Rosenwinkel e Wilkins tocam com fluidez lírica. "Filters", também, de Rosenwinkel, é uma música típica do post-bop. Depois, ambos lideram, simultaneamente, os solos. Isto cria um som muito interessante. A dinâmica de seus estilos juntos é fascinante. Rodriguez exibe sua proficiência antes de Farnsworth assumir um solo de dois minutos e antes do retorno da melodia.

"Composition 4" de Immanuel Wilkins é suave e delicada. O estabelecimento da melodia por parte de Wilkins está apoiado no acompanhamento sensível da guitarra antes do piano continuar o espírito. Farnsworth é apenas ouvido aqui, permitindo aos outros membros estabelecer o ritmo. Tem quase um sentimento da ECM Records. Julius Rodriguez é o compositor de "Two Way Street". É uma incendiária post-bop. A seção rítmica impulsiona o tempo, enquanto o saxofone alto e a guitarra tocam a melodia em uníssono. Rosenwinkel assume o primeiro solo e rasga. Seu solo exibe estilo angular e irregular, antes de Wilkins entrar em completo frenesi. Rodriguez tem sua chance de prantear antes da banda negociar com Farnsworth antes de retornar ao tema.

"Safe Corners" é outra adorável música de Rosenwinkel onde ele exibe suas habilidades nos acordes, tocando sob Wilkins e o solo. A abrangência das suas habilidades é estonteante. "Bobby No Bags" é a contribuição de Farnsworth para o álbum. Uma peça tradicional sem frescuras, inicia com Robert Hurst solando antes de todos da banda ter a chance de unir-se ao balanço. A gravação encerra com "Someday, We'll All Be Free", a balada esperançosa e edificante de Donny Hathaway. É dada uma interpretação comovente realizada por todos antes que Rosenwinkel passe para outro nível.

A gravação representa Farnsworth removendo suas "vendas"—sua palavra— abraçando uma geração mais jovem de músicos. Wilkins e Rodriquez estão na metade dos seus 20 anos e trazem nova abordagem e energia para a música. Ao lado da versatilidade de Rosenwinkel, estilo e virtuosismo, a direção de Farnsworth está sendo nova e emocionante.

Faixas: Terra Nova; Filters; In What Direction Are You Headed?"; Composition 4; Two Way Street; Safe Corners; Bobby No Bags; Someday We'll All Be Free.

Músicos: Joe Farnsworth: bateria; Immanuel Wilkins: saxofone alto; Kurt Rosenwinkel: guitarra; Julius Rodriguez: piano; Robert Hurst: baixo.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=fhsdu18CD8w

Fonte: Dave Linn (AllAboutJazz)

 

 

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