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sábado, 13 de janeiro de 2024

VINCE MENDOZA METROPOLE ORKEST – OLYMPIANS (Modern Recordings)

Muitos anos atrás Dizzy Gillespie gravou um álbum chamado “The New Continent (Limelight, 1965)”. Se foi um sucesso comercial é difícil dizer, mas contou com um elenco de estrelas de instrumentistas de sessões de Los Angeles. A gravação causou uma profunda impressão em alguns ouvintes porque foi criativa, dinâmica, exótica e simplesmente prazerosa. Boas composições (de Lalo Schifrin), arranjos e músicos farão isso, mesmo que o resultado seja um pouco diferente do jazz mainstream (convencional). Ou mainstream (convencional) Gillespie.

Por alguma razão, “Olympians” de Vince Mendoza traz a gravação de Gillespie à mente. Aqui, também você tem arranjos intrigantes, músicos soberbos e atmosfera abundante. Mendoza assumiu o comando da Metropole Orkest em 1995, e o termo "Olympians" é a alcunha de Mendoza para os músicos da Orkest, pessoas que podem tocar qualquer cosia. Está adequado.

A primeira faixa, "Quixote", é intrigante, um pouco de coçar a cabeça. Ela embute uma narração apenas audível em espanhol da qual apenas a palavra "caballero" é compreensível. Você pode não perceber na prensagem do vinil (o download e o álbum físico são significativamente diferentes). Dianne Reeves mantém adiante "Esperanto" e o resultado é quase saco. "Partido Alto" realmente não relembra o trabalho de Gillespie  para Schifrin, e poderia ter sido composta como parte do tema de Alfred Newman para o filme “Captain from Castile (1947)”.

Cecile McLorin Salvant exibe por que ela é amplamente estimada como cantora em "House of Reflections". "Barcelona" também soa como se tivesse sido composta para o cinema, com um intenso sax e intervenções do trompete emoldurado pelo acompanhamento orquestral de cordas e instrumentos de sopro. "Miracle Child" é uma narração extensa, explorando variados humores do sombrio ao triunfante, mas encerrando com uma nota tranquila.

“Olympians” foi gravado remotamente durante a pandemia. É ainda um adorável artefato de um tempo muito problemático. A falta de coerência da gravação é compensada pela pura beleza, como a lembrar aos ouvintes que algum bem pode surgir de uma série de momentos muito sombrios.

 Faixas: Quixote; Esperanto; Miracle Child; Partido Alto; House of Reflections; Barcelona.

Músicos: Vince Mendoza: compositor / maestro; Dianne Reeves: vocal; Cecile McLorin Salvant: vocal; Chris Potter: saxofone; David Binney: saxofone alto; Alex Acuña: percussão; Metropole Orkest: banda / orquestra.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=zdYzpl9xCJc

Fonte: Richard J Salvucci (AllAboutJazz)

 

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