Muitos anos atrás Dizzy Gillespie gravou um álbum chamado “The
New Continent (Limelight, 1965)”. Se foi um sucesso comercial é difícil dizer, mas
contou com um elenco de estrelas de instrumentistas de sessões de Los Angeles. A
gravação causou uma profunda impressão em alguns ouvintes porque foi criativa,
dinâmica, exótica e simplesmente prazerosa. Boas composições (de Lalo
Schifrin), arranjos e músicos farão isso, mesmo que o resultado seja um pouco
diferente do jazz mainstream (convencional). Ou mainstream
(convencional) Gillespie.
Por alguma razão, “Olympians” de Vince Mendoza traz a
gravação de Gillespie à mente. Aqui, também você tem arranjos intrigantes, músicos
soberbos e atmosfera abundante. Mendoza assumiu o comando da Metropole
Orkest em 1995, e o termo "Olympians" é a alcunha de Mendoza para
os músicos da Orkest, pessoas que podem tocar qualquer cosia. Está
adequado.
A primeira faixa, "Quixote", é intrigante, um
pouco de coçar a cabeça. Ela embute uma narração apenas audível em espanhol da
qual apenas a palavra "caballero" é compreensível. Você pode não
perceber na prensagem do vinil (o download e o álbum físico são significativamente
diferentes). Dianne Reeves mantém adiante "Esperanto" e o resultado é
quase saco. "Partido Alto" realmente não relembra o trabalho de
Gillespie para Schifrin, e poderia ter
sido composta como parte do tema de Alfred Newman para o filme “Captain from
Castile (1947)”.
Cecile McLorin Salvant exibe por que ela é amplamente
estimada como cantora em "House of Reflections".
"Barcelona" também soa como se tivesse sido composta para o cinema, com
um intenso sax e intervenções do trompete emoldurado pelo acompanhamento
orquestral de cordas e instrumentos de sopro. "Miracle Child" é uma narração
extensa, explorando variados humores do sombrio ao triunfante, mas encerrando
com uma nota tranquila.
“Olympians” foi gravado remotamente durante a pandemia. É
ainda um adorável artefato de um tempo muito problemático. A falta de coerência
da gravação é compensada pela pura beleza, como a lembrar aos ouvintes que algum
bem pode surgir de uma série de momentos muito sombrios.
Faixas: Quixote;
Esperanto; Miracle Child; Partido Alto; House of Reflections; Barcelona.
Músicos: Vince Mendoza: compositor / maestro; Dianne Reeves:
vocal; Cecile McLorin Salvant: vocal; Chris Potter: saxofone; David Binney:
saxofone alto; Alex Acuña: percussão; Metropole Orkest: banda / orquestra.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=zdYzpl9xCJc
Fonte:
Richard J Salvucci (AllAboutJazz)
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