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sábado, 24 de fevereiro de 2024

DARCY JAMES ARGUE'S SECRET SOCIETY - DYNAMIC MAXIMUM TENSION (Nonesuch Records)

O soberbo álbum duplo de Darcy James Argue, sua estreia pela Nonesuch, oferece composições escritas ao longo de sua carreira. Ele recorre aos pensadores do século XX em busca de "ideias que possam nos ajudar no presente, que nós podemos reexaminar e reconfigurar para nossas próprias propostas. Estas incluem o designer futurista Buckminster Fuller, o criptoanalista-cientista da computação Alan Turing, o compositor-arranjador Bob Brookmeyer, a atriz-roteirista Mae West, a trompetista-mentora Laurie Frink e o músico, além de categorias, Duke Ellington, dentre outros. Como West, Argue controla seu próprio caminho. Ele pode ainda não ser o magnata que ela era, mas é elogiado (Grammy Latino, Guggenheim, comissões) e produz projetos fascinantes, incluindo “Dynamic Maximum Tension”.

Argue se irrita com um rótulo de "não é a big band do seu avô" colado nele, uma moção que sua música representa uma ruptura com o passado. "Se a big band do seu avô era Cab Calloway ou Jimmie Lunceford ou a banda do 'velho testamento' de Count Basie, isso é uma merda bem descolada, você sabe; seu avô gostava de algumas coisas" conforme ele coloca. "Muitas das faixas de “Dynamic Maximum Tension” refletem minha jornada pessoal ao voltar aos fundamentos desta música e tentar encontrar maneiras de incorporar isso em minha voz composicional", ele disse em uma sessão de audição online de pré-lançamento (Jazz Composers Present). Como parte desta sessão, ele discutiu diversas peças que serviram de inspiração direta para composições do álbum.

"Tensile Curves", para uns, é uma resposta a "Diminuendo and Crescendo in Blue" de Ellington na qual Argue usa um tempo decrescente como um análogo à dinâmica decrescente do trabalho de Ellington. Começando com o tempo esperto de "Diminuendo in Blue", ele se move através de uma série de modulações métricas, terminando como um blues lento. Argue admira como Ellington estabelece e frustra as expectativas, fazendo coisas que não se prevê, como fazer um desvio inesperado em uma forma de blues, mas isto "faz senso retrospectivamente". Como corretivo ao relato de Gunther Schuller sobre a peça de Ellington no Early Jazz, Argue publicou uma análise granular ("Misunderstanding in Blue") que conclui, de forma desarmante com " Estou um pouco preocupado que toda essa conversa analítica possa fazer 'Diminuendo' soar como um exercício puramente intelectual, mas nesse caso, há uma cura simples: basta fechar os olhos e ouvir a maldita coisa".

O álbum encerra com "Mae West: Advice", um sibilo brilhante apresentando a fantástica vocalista, compositora e artista visual Cecile McLorin Salvant, com quem Argue está envolvido em outro projeto maior, o ciclo de canções Ógresse. O fabuloso contraponto instrumental de Salvant na versão é Ingrid Jensen, sua ex-companheira na banda Artemis. A letra é um soneto de Paisley Rekdal, que cita West em alguns versos, inventando outros. A linha conclusiva, " Não seja um macarrão; seja legal e colecione", que Salvant canta com uma perfeição ronronante, é a verdadeira West.

Da força à tração do primeiro acorde de "Dymaxion" ao poder obscuro e rosnante de "Ferromagnetic" e a palavra final de "Mae West", “Dynamic Maximum Tension” de Darcy James Argue's Secret Society é um deleite. Há mais para relatar, mas, como disse Argue, "Apenas feche seus olhos e ouça a maldita coisa".

Faixas: Dymaxion; All In; Ebonite; Last Waltz for Levon; Wingèd Beasts; Your Enemies Are Asleep; Codebreaker; Ferromagnetic; Single-Cell Jitterbug; Tensile Curves; Mae West: Advice.

Músicos: Darcy James Argue (compositor / maestro); Dave Pietro (saxofone alto); Rob Wilkerson (saxofone alto); Sam Sadigursky (saxofone alto); John Ellis (saxofone tenor); Carl Maraghi (saxofone barítono); Seneca Black (trompete); Liesl Whitaker (trompete); Matt Holman (trompete); Nadje Noordhuis (trompete); Ingrid Jensen (trompete); Brandon Lee (trompete); Mike Fahie (trombone); Ryan Keberle (trombone); Jacob Garchik (trombone); Jennifer Wharton (trombone baixo); Sebastian Noelle (guitarra); Adam Birnbaum (piano) ;Matt Clohesy (baixo); Cecile McLorin Salvant (vocal); Jon Wikan (bateria, cajón); Sara Caswell (violino, Hardanger d'Amore).

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=vVe9H2TeHow

Fonte: Katchie Cartwright (AllAboutJazz)

 

 

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