Ele deve admitir o nervosismo sempre que se senta pela
primeira vez no seu instrumento escolhido para gravar ou executar, mas o mais
maduro e estabelecido NEA Master, Kenny Barron, nunca falha em suscitar uma
tepidez, abrangendo senso de elegia, sagacidade e balanço emocional para qualquer
que seja o cenário em que a música o encontre.
Em seu primeiro trabalho solo em quarenta anos, “The Source”,
distante do seu predecessor “At The Piano (Xanadu, 1982)” tem Barron transbordando
com a mesma empatia e efervescência, mas com toda a natureza reflexiva que os
anos tendem a instilar em um homem que transformou uma conversa em uma forma de
arte. Uma forma de arte com seus companheiros, indo de Dave Holland a Regina
Carter, Freddie Hubbard, Stan Getz, Booker Ervin, a Mulgrew Miller, tão bem
quanto os ouvintes em toda parte.
"What If?", reimaginada e ressignificada a partir
da sua consciência bop do original de 1986 (em “What If? da Enja), encontra
vigor renovado na linha do baixo que é impossível evitar. Não só sustenta a
melodia como ativamente vem a ser como “The Source”, e navega a partir daí. Como
tem feito durante anos por reverência e inquisitividade, Barron revisita
"Isfahan" de Duke Ellington e Billy Strayhorn com um júbilo
reminiscente a Thelonious Monk. O que faz todo o sentido em muitos aspectos
desde o nó corrediço do próprio Monk, "Teo", que segue exuberantemente.
Habilidoso, ágil, lírico e vibrante, Barron traz sua emoção para outra epifania
de Strayhorn, "Daydreams", antes de nos trazer a um local tranquilo
em sua própria "Dolores Street SF".
Mais Monk segue com o cromático salto de "Well You
Needn't" e, se Barron ainda necessita um destaque para seu amor por Monk, aqui
está. Uma energia contínua de rolamento emana da via e você sente Barron, cujo
senso de improvisação está ativo como em qualquer outro das nove destacadas
performances de “The Source”, que ele está realmente desfrutando. O disco
encerra com dois altamente reconhecimentos considerados por Barron:
"Sunshower" com sua ressonância melódica ainda é uma fonte de invenção
após sua audição inicial de “Innocence (Wolf, 1978)”, e "Phantoms", que
ainda mantem as entonações sombrias mesmo quando o mestre se afasta da melodia,
servindo como uma reflexão final de um homem que pode brilhar e sombrear seus
blocos construídos sem forte dependência.
Faixas:
What If?; Isfahan; Teo; Daydream; I'm Confessin'; Dolores Street SF; Well You
Needn't; Sunshower; Phantoms.
Fonte: Mike Jurkovic (AllAboutJazz)
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