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domingo, 17 de março de 2024

BEN WOLFE – UNJUST (Resident Arts)

A história do moderno jazz contém apenas um punhado de baixistas que lideraram seus próprios grupos e foram visionários em suas composições e abordagens. Charles Mingus, Charlie Haden, Dave Holland, Jaco Pastorius e Christian McBride vêm à mente. Com o lançamento do seu 10º álbum, “Unjust”, Ben Wolfe mostra que ele pertence a este grupo.

Wolfe iniciou sua carreira musical como um baixista clássico e estudou no Peabody Conservatory of Music em Baltimore. No meado dos anos 80, ele migrou para Nova York e rapidamente veio a ser um músico de jazz bem demandado. Ele aprendeu com diversos músicos proeminentes, incluindo Wynton Marsalis, Harry Connick, Jr. e Diana Krall. Ele foi também um membro da Jazz at Lincoln Center Orchestra por diversos anos.

Wolfe é conhecido por seu toque virtuoso, um forte senso de suingue e sensibilidade melódica. Ele tem sido elogiado por sua capacidade de integrar as tradições do jazz com estilos e sons contemporâneos e por suas contribuições ao desenvolvimento ao jazz moderno. Este álbum exibe todas estas facetas tão bem quanto um intenso senso composicional (ele compôs todas as doze faixas) e um firme senso de textura em seus arranjos. O trabalho inicia com "The Heckler", onde Wolfe estabelece um tórrido ritmo, enquanto Joel Ross toca inquietantes vibrações temáticas, que permitem aos solistas decolarem. O efeito é quase um filme noir. "Hats Off To Rebay" tem algo como um sentimento de Ornette Coleman/Charlie Haden com Wolfe andando com baixo de forma subterrânea.

A variedade desta gravação é tremenda. Do bop direto de "Bob French" (um tributo ao famoso baterista de New Orleans e apresentador da rádio WWOZ) a uma balada terna, "Lullabye in D", apresentando a maravilhosa Nicole Glover no tenor com seu som grandioso e ofegante. "The Corridor" é apresentada com vibrafone, baixo e bateria que invoca o Modern Jazz Quartet. "Mask Man" é uma composição neo-bop forte apresentando o virtuosismo de Wolfe. A faixa título é uma música que evolui e gira em torno da canção de Charlie Parker, "Confirmation". O álbum encerra com "Reprise (Credits)" apresentando piano, vibrafone, baixo e bateria. É uma bela balada e uma adorável maneira de encerrar um lançamento magistral.

A banda de Wolfe que foi reunida para esta gravação está excelente. Às vezes, a interação entre o trompetista Nicholas Payton e Immanuel Wilkins no sax alto é reminiscente daquela entre Booker Little e Eric Dolphy tanto quanto a de Don Cherry e Dewey Redman. Aaron Kimmel na bateria toca com sutileza e empatia.

Faixas: The Heckler; Hats Off to Rebay; Lullaby in D; Bob French; The Corridor; Mask Man; Eventually; Unjust; Sparkling Red; Sideways; Hats Off to Rebay (Interlude); Reprise (Credits).

Músicos: Ben Wolfe: baixo; Nicholas Payton: trompete; Immanuel Wilkins: saxofone alto; Nicole Glover: saxofone tenor; Joel Ross: vibrafone; Addison Frei: piano; Orrin Evans: piano; Aaron Kimmel: bateria.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=JOuZTtDnZ6I

Fonte: Dave Linn (AllAboutJazz)

 


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