A história do moderno jazz contém apenas um punhado de
baixistas que lideraram seus próprios grupos e foram visionários em suas
composições e abordagens. Charles Mingus, Charlie Haden, Dave Holland, Jaco
Pastorius e Christian McBride vêm à mente. Com o lançamento do seu 10º álbum,
“Unjust”, Ben Wolfe mostra que ele pertence a este grupo.
Wolfe iniciou sua carreira musical como um baixista clássico
e estudou no Peabody Conservatory of Music em Baltimore. No meado dos
anos 80, ele migrou para Nova York e rapidamente veio a ser um músico de jazz
bem demandado. Ele aprendeu com diversos músicos proeminentes, incluindo Wynton
Marsalis, Harry Connick, Jr. e Diana Krall. Ele foi também um membro da Jazz
at Lincoln Center Orchestra por diversos anos.
Wolfe é conhecido por seu toque virtuoso, um forte senso de
suingue e sensibilidade melódica. Ele tem sido elogiado por sua capacidade de
integrar as tradições do jazz com estilos e sons contemporâneos e por suas
contribuições ao desenvolvimento ao jazz moderno. Este álbum exibe todas estas
facetas tão bem quanto um intenso senso composicional (ele compôs todas as doze
faixas) e um firme senso de textura em seus arranjos. O trabalho inicia com "The
Heckler", onde Wolfe estabelece um tórrido ritmo, enquanto Joel Ross toca
inquietantes vibrações temáticas, que permitem aos solistas decolarem. O efeito
é quase um filme noir. "Hats Off To Rebay" tem algo como um
sentimento de Ornette Coleman/Charlie Haden com Wolfe andando com baixo de
forma subterrânea.
A variedade desta gravação é tremenda. Do bop direto de "Bob
French" (um tributo ao famoso baterista de New Orleans e apresentador da
rádio WWOZ) a uma balada terna, "Lullabye in D", apresentando a
maravilhosa Nicole Glover no tenor com seu som grandioso e ofegante. "The
Corridor" é apresentada com vibrafone, baixo e bateria que invoca o Modern
Jazz Quartet. "Mask Man" é uma composição neo-bop forte
apresentando o virtuosismo de Wolfe. A faixa título é uma música que evolui e
gira em torno da canção de Charlie Parker, "Confirmation". O álbum encerra
com "Reprise (Credits)" apresentando piano, vibrafone, baixo e
bateria. É uma bela balada e uma adorável maneira de encerrar um lançamento
magistral.
A banda de Wolfe que foi reunida para esta gravação está
excelente. Às vezes, a interação entre o trompetista Nicholas Payton e Immanuel
Wilkins no sax alto é reminiscente daquela entre Booker Little e Eric Dolphy tanto
quanto a de Don Cherry e Dewey Redman. Aaron Kimmel na bateria toca com sutileza e empatia.
Faixas: The
Heckler; Hats Off to Rebay; Lullaby in D; Bob French; The Corridor; Mask Man;
Eventually; Unjust; Sparkling Red; Sideways; Hats Off to Rebay (Interlude);
Reprise (Credits).
Músicos: Ben
Wolfe: baixo; Nicholas Payton: trompete; Immanuel Wilkins: saxofone alto;
Nicole Glover: saxofone tenor; Joel Ross: vibrafone; Addison Frei: piano; Orrin
Evans: piano; Aaron Kimmel: bateria.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=JOuZTtDnZ6I
Fonte: Dave
Linn (AllAboutJazz)
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