Se a reputação de um vocalista é tão impressionante que ele
ou ela consegue recrutar uma orquestra completa (com o baixista John Clayton
regendo) e o falecido mestre do órgão Joey DeFrancesco como solista principal, isso
é certamente suficiente para merecer atenção. O vocalista, neste caso, é Jack
Jones, duas vezes vencedor do Grammy, com uma orquestra que reuniu alguns dos
melhores músicos da área de Los Angeles, ampliada por uma seção de cordas de
trinta membros.
De um lado, Jones permanece um intérprete suave e
personalizado de canções populares estadunidenses. Por outro, ele estava se
aproximando do seu 85º aniversário, quando “ArtWork” foi gravado, e ele é mais
um estilista e contador de histórias do que um pássaro canoro aqui. Se
pressionado para uma descrição, deve ser que ele fale mais ou menos no ritmo e
sempre no tom, e ainda consiga alcançar as notas exigidas quando necessário,
mesmo com alguma dificuldade. Pense em Rex Harrison sem o sotaque britânico ou
Robert Preston com menos potência.
Aqueles que se lembram de Jones de seu apogeu nos anos 50 e
60 podem gostar dessas memórias e abraçar o álbum, ou lamentar a perda do
fraseado, controle e animação que tornaram suas primeiras gravações tão
notáveis. Qualquer uma das respostas é perfeitamente compreensível, pois este
não é o mesmo Jack Jones. Ele simplesmente faz o melhor que pode com o que tem.
Para alguns, isso pode ser mais que suficiente. Para outros, não é suficiente. Não
se engane, Jones ainda consegue cantar, simplesmente não do jeito que costumava
fazer. Embora a voz não esteja nem perto do que era antes, a experiência lhe
ensinou calor e ritmo, e ele aproveita ao máximo essas habilidades.
Quando tudo é dito e feito, quando alguém é cantor, é isso
que ele ou ela faz. Jones tem sempre sido um cantor, seguindo a sugestão do pai
Allan Jones, que estrelou vários filmes, incluindo o clássico dos Irmãos Marx, A
Night at the Opera. Ele gravou a canção sucesso, "The Donkey Serenade",
apresentada neste filme. O Jones mais jovem teve uma longa e ilustre carreira, e
ele despeja o que resta no tanque em cada nota em “ArtWork”. Mesmo assim, ele
não é mais que uma sombra de quando era mais jovem, o que deve ser considerado
e reconhecido. De resto, DeFrancesco está soberbo com sempre no órgão, sax tenor
ou trompete, a orquestra suave e confiável. Para os fãs obstinados de Jack Jones,
“ArtWork” pode ser um último tesouro a ser abraçado.
Faixas: Fever;
Hello; At Last; If Love Is Overrated; Not While I’m Around; She’s Funny That
Way; This Masquerade; If You Go Away; Empty Chairs; Lush Life; Is That All
There Is; Here’s to Life; This Is All I Ask; One Day.
Músicos:
Jack Jones (vocal); Joey DeFrancesco (órgâo, Hammond B3); Jeff Hamilton
(bateria); Tamir Hendelman (piano); John Hamar (baixo); Graham Dechter
(guitarra); Bijon Watson (trompete); Clay Jenkins (trompete); James Ford
(trompete); Kye Palmer (trompete); Keith Fiddmont (saxofone tenor); Jacob
Scesney (saxophone barítono); Rickey Woodard (saxofone); Bob Sheppard (saxofone
tenor); Adam Schroeder (saxophone barítono); Ira Nepus (trombone); Francisco
Torres (trombone); Scott Whitfield (trombone); Juliane Gralle (trombone baixo);
llen Fogel (french horn); John Clayton (baixo, arranjador, maestro);Jon Hamar
(baixo acústico); Katelyn Faraudo, Elizabeth Upton, Adam Wolf (instrumento de
sopro);Petri Korpela ( percussão); Richard Adkins, Armen Anassian, Lauren Baba,
Mark Cargill, Susan Chatman, Daphne Chen, Mario DeLeon, Joel Derouin, Yvette
Devereaux, Benjamin Jacobson, Marisa Kuney, Songa Lee, Ileathern McLeod,
Michele Richards, Scott Tixier, Fumiko Wellington, Christopher Woods (violin);
Rodney Wirtz, Caroline Buckman, Leah Katz, Robin Ross, Stefan Smith, Colleen
Sugata (viola); Trevor Handy, Cecilia Tsan, Niall Ferguson, Timothy Loo,
Giovanna Clayton (cello); Gayle Levant (harpa).
Fonte: Jack
Bowers AllAboutJazz)
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