playlist Music

segunda-feira, 15 de abril de 2024

KRIS DAVIS - DIATOM RIBBONS’ LIVE AT THE VILLAGE VANGUARD

O termo "prova do conceito" deve ser o subtítulo apropriado para “Diatom Ribbons' Live At The Village Vanguard” de Kris Davis. Seu conceito, primeiro ouvido no lançamento epônimo “Diatom Ribbons (Pyroclastic, 2019)”, é demonstrado em dois discos tomados a partir de 12 trabalhos em seis noites no famoso clube noturno de Greenwich. A pianista, realmente, verifica que seus conceitos têm aplicação prática. Ela inicialmente formou um grupo com um núcleo central, um quarteto com o baixista Trevor Dunn, compositor de toca-discos e eletrônica, Val Jeanty (conhecido como Val-Inc) e a baterista Terri Lyne Carrington. O lançamento anterior do Diatom Ribbons adicionou os saxofonistas Tony Malaby e JD Allen, os guitarristas Nels Cline e Marc Ribot, a baixista Esperanza Spalding e o baterista Ches Smith. Com esta sessão no Vanguard o núcleo do quarteto é acrescido de um musico, o guitarrista  Julian Lage.

Com Lage, Davis estabelece a demonstração de que o conceito do Diatom Ribbons é adaptável a diferentes vozes, permanecendo, ainda assim, conectado. Esta conexão é encontrada entre a composição de Davis e a história da avant-garde. O trabalho inicia com "Alice In The Congo" de Ronald Shannon Jackson, onde golpes de toca-discos e amostras de vozes são sobrepostos em um balanço atrevido. O som é comparável ao das sessões do Bandwagon do pianista Jason Moran. Porém, onde Moran improvisou, em torno de uma amostra, Davis permite a Jeanty criar escultura sonora dentro de cada composição. A faixa floresce em algumas explorações à la Cecil Taylor e a erupção moderna da bateria de Carrington.

Davis explora por toda parte em busca de inspiração de "Hat And Beard" de Eric Dolphy e   "Study No. 9 for Player Piano" de Nancarrow à sua "Nine Hats", que borbulha com eletrônica assustadora para "VW" com amostras de Sun Ra falando de outras dimensões, e o piano preparado de Davis atuando em "The Dancer" de Geri Allen. As três partes de "Bird Suite" apresenta em "Part 1: Kingfisher" um sólido tributo a Charlie Parker com sintetizador e piano batalhando com a guitarra de Lage. "Part 2: Bird Call Blues" com camadas de voz, a lembrança de Paul Bley das percepções extra-sensoriais da música de Parker e amostras dele sobre um clássico suíngue bebop. Finalmente a "Part 3: Parasitic Hunter" encontra Stockhausen falando em 'música intuitiva' com fragmentos de música de Parker e, é aquele tema de John Williams, "Jaws", do filme de 1975 que borbulha aqui? Com Davis, todas as coisas da cultura popular e da arte elevada estão disponíveis para amostragem, elaboração e interessantes descobertas de improvisação.

Faixas: Alice in The Congo; Nine Hats; The Dancer; VW; Dolores, Take 1; Bird Suite, Part 1: Kingfisher; Endless Columns; Bird Suite, Part 2: Bird Call Blues; Bird Suite, Part 3: Parasitic Hunter; Brainfeel; Dolores, Take 2.

Músicos: Kris Davis: piano, piano preparado; arturia microfreak synthesizer; Terri Lyne Carrington: bateria; Trevor Dunn: baixo; Val Jeanty: eletrônica; Julian Lage: guitarra elétrica.

Fonte: Mark Corroto (AllAboutJazz)

 

 

Nenhum comentário: