O termo "prova do conceito" deve ser o subtítulo
apropriado para “Diatom Ribbons' Live At The Village Vanguard” de Kris Davis. Seu
conceito, primeiro ouvido no lançamento epônimo “Diatom Ribbons (Pyroclastic,
2019)”, é demonstrado em dois discos tomados a partir de 12 trabalhos em seis
noites no famoso clube noturno de Greenwich. A pianista, realmente, verifica
que seus conceitos têm aplicação prática. Ela inicialmente formou um grupo com
um núcleo central, um quarteto com o baixista Trevor Dunn, compositor de
toca-discos e eletrônica, Val Jeanty (conhecido como Val-Inc) e a baterista
Terri Lyne Carrington. O lançamento anterior do Diatom Ribbons adicionou os
saxofonistas Tony Malaby e JD Allen, os guitarristas Nels Cline e Marc Ribot, a
baixista Esperanza Spalding e o baterista Ches Smith. Com esta sessão no Vanguard
o núcleo do quarteto é acrescido de um musico, o guitarrista Julian Lage.
Com Lage, Davis estabelece a demonstração de que o conceito
do Diatom Ribbons é adaptável a diferentes vozes, permanecendo, ainda
assim, conectado. Esta conexão é encontrada entre a composição de Davis e a
história da avant-garde. O trabalho inicia com "Alice In The
Congo" de Ronald Shannon Jackson, onde golpes de toca-discos e amostras de
vozes são sobrepostos em um balanço atrevido. O som é comparável ao das sessões
do Bandwagon do pianista Jason Moran. Porém, onde Moran improvisou, em
torno de uma amostra, Davis permite a Jeanty criar escultura sonora dentro de
cada composição. A faixa floresce em algumas explorações à la Cecil Taylor e a
erupção moderna da bateria de Carrington.
Davis explora por toda parte em busca de inspiração de
"Hat And Beard" de Eric Dolphy e "Study No. 9 for Player Piano" de
Nancarrow à sua "Nine Hats", que borbulha com eletrônica assustadora para
"VW" com amostras de Sun Ra falando de outras dimensões, e o piano
preparado de Davis atuando em "The Dancer" de Geri Allen. As três
partes de "Bird Suite" apresenta em "Part 1: Kingfisher" um
sólido tributo a Charlie Parker com sintetizador e piano batalhando com a
guitarra de Lage. "Part 2: Bird Call Blues" com camadas de voz, a
lembrança de Paul Bley das percepções extra-sensoriais da música de Parker e
amostras dele sobre um clássico suíngue bebop. Finalmente a "Part 3:
Parasitic Hunter" encontra Stockhausen falando em 'música intuitiva' com
fragmentos de música de Parker e, é aquele tema de John Williams,
"Jaws", do filme de 1975 que borbulha aqui? Com Davis, todas as
coisas da cultura popular e da arte elevada estão disponíveis para amostragem,
elaboração e interessantes descobertas de improvisação.
Faixas: Alice
in The Congo; Nine Hats; The Dancer; VW; Dolores, Take 1; Bird Suite, Part 1:
Kingfisher; Endless Columns; Bird Suite, Part 2: Bird Call Blues; Bird Suite,
Part 3: Parasitic Hunter; Brainfeel; Dolores, Take 2.
Músicos: Kris Davis: piano, piano preparado; arturia
microfreak synthesizer; Terri Lyne Carrington: bateria; Trevor Dunn: baixo;
Val Jeanty: eletrônica; Julian Lage: guitarra elétrica.
Fonte: Mark
Corroto (AllAboutJazz)
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