Se Bill Dixon estivesse em 2023, seria menos lembrado do que
outros guerreiros do New Thing tais como Archie Shepp, Cecil Taylor e
Albert Ayler, parcialmente porque ele tinha pouco desejo pela celebridade,
devotando muito da sua energia para organizar em nome de seus companheiros músicos
e compositores e ensinar.
Em 1964, no meio do caminho para fazer as gravações
coletadas, 1962-1967, neste álbum, Dixon organizou a histórica Revolução de
Outubro no Jazz no Cellar Café em Manhattan, que deu um avançado perfil
para músicos da New Thing, a maioria deles desconhecidos fora dos
círculos profissionais e que diretamente resultou em diversas gravações deles
para a ESP-Disk (NT: É uma gravadora com sede em Nova
York, fundada em 1963 pelo advogado Bernard Stollman).
Dixon vindouro cofundador da Jazz Composers Guild, uma
cooperativa de curta duração conhecida como Association for the Advancement
of Creative Musicians de Chicago. Quando a Guild se retraiu, Sun Ra,
que não estava na vanguarda do movimento para direitos das mulheres, contou a
seus colegas que o seu desaparecimento se deveu em parte a Dixon, que permitiu
que Carla Bley se juntasse, relembrando-os da lenda dos marinheiros que diz que
havendo uma mulher a bordo afundará um navio. Dixon passou a formar uma longa
duração da parceria criativa com a dançarina e coreógrafa Judith Dunn. Em 1966, Bley cofundou a Jazz
Composers Orchestra Association.
“With
Archie Shepp, 7-Tette & Orchestra Revisited” é a compilação de três álbuns:
“Archie Shepp-Bill Dixon Quartet (Savoy, 1962)”, “Bill Dixon 7-Tette/Archie
Shepp And The New York Contemporary 5 (Savoy, 1964)” e “Intents And Purposes
(RCA Victor, 1967)”.
Reunindo as faixas, em ordem cronológica, em um CD, permite
ao ouvinte, sem esforço—e com deleite e admiração crescentes —traçar o desenvolvimento
estilístico de Dixon, das faixas naturais do quarteto com Shepp, através da
maravilhosamente nuançada, arranjos orquestrais crepusculares do tenteto em “Intents
And Purposes”, onde Dixon aprimorou os experimentos com timbre e tom-cor que ele
havia começado na gravação do “7-Tette”. “Intents And Purposes”, adequadamente
denominada, "Metamorphosis 1962-1966" (alcançando o tempo de 13:32), apresentando
o clarinetista Byard Lancaster, o saxofonista alto Robin Kenyatta e os
indissociáveis baixistas Jimmy Garrison e Reggie Workman, é o ponto alto
exuberante de um álbum muito bom.
“With Intents And Purposes”, Dixon moveu-se além do
"jazz" para uma nova era. Se forçado a fazer isso, alguém deve
rotular esta área como "música clássica Afro-Americana". Qualquer que
seja sua denominação, foi alguma coisa que o negócio da música do século XX parecia
incapaz de se envolver. O álbum ficou frio (até mesmo pelo seu selo emissor) no
mesmo caminho como foi "art house – casa de arte" trabalho de compositores
tais como Coleridge-Taylor Perkinson e Florence Price. Porém, nós podemos nos
maravilhar ainda em 2023, especialmente nesta edição, que beneficia da
impecável restauração do som da ezz-thetics.
Faixas: Trio;
Quartet; Winter Song 1964; The 12th December; Metamorphosis 1962-1966;
Nightfall Pieces I; Voices; Nightfall Pieces II.
Músicos : Bill
Dixon: trompete, flugelhorn; Archie Shepp: saxofone tenor (1,2); Makanda Ken
McIntyre: saxofone alto, oboe (3,4); George Barrow: saxofone tenor (3,4);
Howard Johnson: tuba, saxofone barítono (3,4); Byard Lancaster: saxofone alto,
clarinete baixo (5-8); Robin Kenyatta: saxofone alto (5); George Marge: english
horn, flauta 5,6,8); Jimmy Cheatham: trombone baixo (5); Don Moore: baixo
acústico (1,2); Hal Dodson: baixo acústico(3,4); David Izenzon: baixo acústico
(3,4); Reggie Workman: baixo (5); Paul Cohen: piano, bateria (1,2); Howard
McRae: bateria (3,4); Robert Frank Pozar: bateria (5-8); Marc Levin: percussão
(5).
Fonte: Chris
May (AllAboutJazz)
Nenhum comentário:
Postar um comentário