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sexta-feira, 17 de maio de 2024

BILL DIXON WITH ARCHIE SHEPP, 7-TETTE & ORCHESTRA REVISITED (Record Label: Ezz-thetics)

Se Bill Dixon estivesse em 2023, seria menos lembrado do que outros guerreiros do New Thing tais como Archie Shepp, Cecil Taylor e Albert Ayler, parcialmente porque ele tinha pouco desejo pela celebridade, devotando muito da sua energia para organizar em nome de seus companheiros músicos e compositores e ensinar.

Em 1964, no meio do caminho para fazer as gravações coletadas, 1962-1967, neste álbum, Dixon organizou a histórica Revolução de Outubro no Jazz no Cellar Café em Manhattan, que deu um avançado perfil para músicos da New Thing, a maioria deles desconhecidos fora dos círculos profissionais e que diretamente resultou em diversas gravações deles para a ESP-Disk (NT: É uma gravadora com sede em Nova York, fundada em 1963 pelo advogado Bernard Stollman).

Dixon vindouro cofundador da Jazz Composers Guild, uma cooperativa de curta duração conhecida como Association for the Advancement of Creative Musicians de Chicago. Quando a Guild se retraiu, Sun Ra, que não estava na vanguarda do movimento para direitos das mulheres, contou a seus colegas que o seu desaparecimento se deveu em parte a Dixon, que permitiu que Carla Bley se juntasse, relembrando-os da lenda dos marinheiros que diz que havendo uma mulher a bordo afundará um navio. Dixon passou a formar uma longa duração da parceria criativa com a dançarina e coreógrafa Judith Dunn. Em 1966, Bley cofundou a Jazz Composers Orchestra Association.

“With Archie Shepp, 7-Tette & Orchestra Revisited” é a compilação de três álbuns: “Archie Shepp-Bill Dixon Quartet (Savoy, 1962)”, “Bill Dixon 7-Tette/Archie Shepp And The New York Contemporary 5 (Savoy, 1964)” e “Intents And Purposes (RCA Victor, 1967)”.

Reunindo as faixas, em ordem cronológica, em um CD, permite ao ouvinte, sem esforço—e com deleite e admiração crescentes —traçar o desenvolvimento estilístico de Dixon, das faixas naturais do quarteto com Shepp, através da maravilhosamente nuançada, arranjos orquestrais crepusculares do tenteto em “Intents And Purposes”, onde Dixon aprimorou os experimentos com timbre e tom-cor que ele havia começado na gravação do “7-Tette”. “Intents And Purposes”, adequadamente denominada, "Metamorphosis 1962-1966" (alcançando o tempo de 13:32), apresentando o clarinetista Byard Lancaster, o saxofonista alto Robin Kenyatta e os indissociáveis baixistas Jimmy Garrison e Reggie Workman, é o ponto alto exuberante de um álbum muito bom.

“With Intents And Purposes”, Dixon moveu-se além do "jazz" para uma nova era. Se forçado a fazer isso, alguém deve rotular esta área como "música clássica Afro-Americana". Qualquer que seja sua denominação, foi alguma coisa que o negócio da música do século XX parecia incapaz de se envolver. O álbum ficou frio (até mesmo pelo seu selo emissor) no mesmo caminho como foi "art house – casa de arte" trabalho de compositores tais como Coleridge-Taylor Perkinson e Florence Price. Porém, nós podemos nos maravilhar ainda em 2023, especialmente nesta edição, que beneficia da impecável restauração do som da ezz-thetics.

Faixas: Trio; Quartet; Winter Song 1964; The 12th December; Metamorphosis 1962-1966; Nightfall Pieces I; Voices; Nightfall Pieces II.

Músicos : Bill Dixon: trompete, flugelhorn; Archie Shepp: saxofone tenor (1,2); Makanda Ken McIntyre: saxofone alto, oboe (3,4); George Barrow: saxofone tenor (3,4); Howard Johnson: tuba, saxofone barítono (3,4); Byard Lancaster: saxofone alto, clarinete baixo (5-8); Robin Kenyatta: saxofone alto (5); George Marge: english horn, flauta 5,6,8); Jimmy Cheatham: trombone baixo (5); Don Moore: baixo acústico (1,2); Hal Dodson: baixo acústico(3,4); David Izenzon: baixo acústico (3,4); Reggie Workman: baixo (5); Paul Cohen: piano, bateria (1,2); Howard McRae: bateria (3,4); Robert Frank Pozar: bateria (5-8); Marc Levin: percussão (5).

Fonte: Chris May (AllAboutJazz)

 

 

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