O compositor Vincent Hsu merece nossos ouvidos. Trabalhando,
aqui, com uma orquestra com 12 membros, ele pinta um complexo trabalho de
escovinhas atrás do seu baixo. The River Jazz Suite serve como a
primeira gravação de Hsu com uma orquestra após três trabalhos com grupos
pequenos, mas também interessantes. A premissa por trás deste último trabalho é
encontrar pontos em comum entre o Love River (Rio do Amor) que corre através de
sua cidade natal em Taiwan e o poderoso Mississippi River (Rio Mississipi), que
é muito importante para a história do jazz. A música é complexa, mas sempre
encontra a batida e o comando do ritmo. A fusão Leste-Oeste é rica e profunda
como esses dois rios caudalosos tanto no som quanto na composição da banda com
10 músicos taiwaneses (tão bem quanto um argentino e outro alemão). Seu
objetivo era demonstrar que a música afro-cubana é desfrutada e tocada na Ásia.
É uma estória que volta à história do jazz sendo enviada para o mundo, então
sintonizada de volta por queles instrumentistas internacionais em novas e
interessantes formas. Tal é o caso aqui. Desde o pessimismo de “Overture: Cotton
Field”, a primeira faixa, Hsu e companhia demonstram sua boa-fé. A música
inicia lenta e ameaçadora, então constrói um amálgama, então cai em um balanço
latino, tudo voltado para primeiro expressar os horrores da escravidão, então a
alegria e a resiliência dos afro-americanos. A performance inteira ganha zelo
extra ao ser gravado ao vivo no em Weiwuying Recital Hall, em Taiwan,
dando à gravação uma vantagem crua que acerta na medida. A musicalidade é
incrível, com agradecimentos especiais para Shen-yu Su no saxofone tenor,
Wen-feng Cheng no trompete e Yi-chun Teng no trombone. Ao longo do trabalho, o
balanço estabelecido pela seção rítmica formada por Martin Musaubach ao piano, pelo
baterista Kuan-liang Lin e Carol Huang nas congas é contagiante. E não ignore o
fato de que Hsu como um baixista está fechado, carregado e muito divertido. No
âmago da performance está a deslumbrante Rumba For The River Trilogy com
momento de beleza cortante, vigor e prazer que trazem muitas influências de New
Orleans e faz todo o caminho até Taiwan. Fechando em mais de 90 minutos, há
muita música aqui. Mas é um passeio agradável, como aquele que alguém parece
navegar rio abaixo em um rio caudaloso.
Faixas:
1 - Overture:
Cotton Field (10:10)
2 - River
Is Wide (4:16)
3 - Rumba
for the River Trilogy: Father’s Melody (10:55)
4 - Rumba
for the River Trilogy: Memphis Creek (8:20)
5 - Rumba
for the River Trilogy: Dragon Dance (5:10)
6 - Unknown
Stars (5:32)
7 - A
Pilot’s Day on the Mississippi River (7:53)
8 - River
Workers (8:42)
9 - Oya
(5:09)
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=lomyuPzdzko
Fonte: Frank Alkyer (DownBeat)
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