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quarta-feira, 19 de junho de 2024

IVO PERELMAN / ELLIOTT SHARP - ARTIFICIAL INTELLIGENCE (Mahakala Music)

Não se deixe enganar pelo título: sem bots ou algoritmos estarem envolvidos na criação deste álbum. Embora tenha havido experiências fascinantes na improvisação com software interativo de George Lewis, Richard Teitelbaum e outros, “Artificial Intelligence” tem cerca de uma hora de interação humana espontânea de dois dos mais prolíficos e não categorizáveis improvisadores em Nova York.

Esta é uma gravação em estúdio de improvisação free em Janeiro de 2022. Não há composições, e se houve edições ou sobreposições, elas estarão bem escondidas.

Elliott Sharp inicia a meia hora da faixa de abertura com uma entonação clara da guitarra elétrica, gradualmente revelando sua coletânea de efeitos, então baseia a segunda peça em camadas de sons invertidos e em loop eletrônico. Seu ataque altamente percussivo, às vezes, evoca Derek Bailey, mas Sharp está mais interessado nas possibilidades tímbricas do instrumento e emprega um slide (NT: é uma forma de tocar guitarra, em que se utiliza no dedo médio, anular, mínimo ou indicador, um pequeno tubo oco cilíndrico, feito de metal, vidro ou cerâmica. O objetivo é alterar o tom em que se toca, deslizando esse tubo pelas cordas da guitarra), batidas com as duas mãos e um eBow, que Bailey não utiliza.

Ivo Perelman toca sax tenor exclusivamente e é essencialmente um instrumentista melódico, frequentemente usando um som caloroso e amplo vibrato. Ele e Sharp não evitam se instalar em áreas comuns do campo ("tonalidade" seria também específica), e Perelman cita uma balada ou duas na primeira faixa e usa alguns toques de blues no final. Embora, na escola de Archie Shepp e David Murray, ele é tecnicamente um instrumentista mais interno do que qualquer um, relativamente raro é o uso de multifonia ou sonda o registro altíssimo ou emprega outras técnicas estendidas. Entretanto, a sessão fica mais barulhenta conforme progride, atingindo um pico severo, mas breve, na conclusão da faixa três. Os instrumentistas parecem cada vez mais desafiados a explorar seus recursos sonoros. Na última faixa Sharp utilizou um bandolim ou um instrumento acústico de corda dupla semelhante (não mencionado nos créditos), e Perelman está tocando o bocal separado do saxofone.

Embora os instrumentistas gravem copiosamente, Perelman tem raramente, se alguma vez, colaborado com um músico que usa tanto a eletrônica quanto Sharp. Este experimento é amplamente bem sucedido e este álbum é recomendado aos fãs destes artistas. A configuração dupla exposta também torna este um bom ponto de entrada para o curioso neófito, porque é um documento claro do que estes instrumentistas realizam em seus instrumentos e como eles uniram seus mundos sonoros.

Faixas: One; Two; Three; Four.

Músicos: Ivo Perelman (saxofone tenor); Elliott Sharp (guitarra elétrica, eletrônica)

Fonte: Jeff Schwartz (AllAboutJazz)

 

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