playlist Music

sexta-feira, 5 de julho de 2024

LARRY McKENNA - WORLD ON A STRING (BCM&D Records)

Larry McKenna não é realmente uma celebridade. Ele, provavelmente, nunca será. Ele toca sax tenor nos arredores da Filadélfia. Ele aparentemente não fala muito, embora, claramente, tenha um senso de humor travesso. Isto se reflete em seu toque. É possível dirigir até sua casa no subúrbio, vagamente consciente de que um saxofonista, um muito bom, vive lá e continua indo. Uma espécie de metáfora para McKenna e sua carreira.

Para um grupo pequeno, músicos principalmente, McKenna não é um jogador comum. Alguns dirão que ele é, provavelmente, o melhor no mundo no que ele faz, não apenas na Filadélfia. O que ele faz é tocar bela e liricamente, destilando a história moderna do saxofone tenor, ao menos desde Lester Young, dentro de maravilhosas sonoridades. Ele não gravou tanto quanto Stan Getz, cuja sonoridade ele, às vezes, relembra, ou faz aparições na Cidade do México City e tenta falar espanhol (como Getz uma vez fez). Se você já o escutou ao vivo, pode ter sido em um festival paroquial católico no sul da Filadélfia. Ou, outra vez, no festival Woody Herman Tribute Band em Los Angeles, já que ele é um ex-aluno do grupo. McKenna voou sob esse tipo de radar estranhamente fragmentado por muitos anos. Ele tem sido chamado "naturalmente" escolado no trabalho, não em salas de aula Isto se mostra.

Breve ou mais tarde, muitos grandes instrumentistas bop—McKenna é sem dúvida isto também — gravaram com cordas. Estes lançamentos não agradam a todos. De alguma forma, as cordas aqui, com músicos talentosos, alguns associados à Temple University, onde Larry tem ensinado, não são considerações posteriores, mas uma extensão harmônica do toque de McKenna. Há nove músicas, incluindo "Samba de Else", uma composição de McKenna, adicionada a Harold Arlen, Vernon Duke, Yip Harburg, Henry Mancini, Cole Porter , Jimmy van Heusen e Johnny Burke, Johnny Mande e Edgar Sampson, dentre outros.

Como se não bastasse, McKenna e Jack Saint Clair, um tenorista companheiro, realizou os arranjos. Eles sabiam o que queriam. Não há espaço, notas e movimentos. McKenna faz todas as mudanças bonitas, com resultados espetaculares. Polido, saboroso, reflexivo, musical, lindo e em alguns lugares, irônico. Dexter Gordon espreita ocasionalmente. É esse tipo de pensamento criativo.

“World on a String” inicia bastante apropriadamente com McKenna navegando por um passeio tranquilo com um toque da 52d Street aqui e ali. Uma incrível "But Beautiful" segue, tons de Gordon Jenkins, como uma versão ansiosa como alguém poderia ouvir, com cordas e piano entrelaçados com bom gosto. "Samantha" é uma bossa, um gênero que às vezes significa a hora do clichê. Não aqui, onde sinceridade, não o cinismo se sustenta. Para fugir da loucura com que nos cercamos, escolha qualquer um "Emily" ou "Dreamsville". Ambos levarão você, sem ajuda, a um lugar muito melhor.

Em "Savoy", McKenna está reunido ao tenor de Saint Clair, que mais do que se mantém. Joe Plowman também ganha algum espaço no baixo, e com cordas, tudo balança muito bem, de fato. A real sonhadora é "Somewhere in the Night" também conhecida como o tema da série de TV "Naked City" (1960-1963), que foi pouco gravada desde 1965. Alguém deve lembrar de Maynard Ferguson fazendo um arranjo para big band, em “Come Blow Your Horn (Cameo, 1963)” e talvez foi aí que esta versão se originou. É um prazer ouvir Milt Raskin e Billy May em um arranjo resgatado da obscuridade. A gravação encerra com uma composição de McKenna, "Samba de Else" e "What is There to Say?".

Um favorito? Todos elas. Uma gravação memorável por parte de um artista cuja evidente aversão à autopromoção e publicidade não deve impedir uma apreciação generalizada dos seus dons.

Faixas: I've Got The World On a String; But Beautiful; I Love You, Samantha; Emily; Dreamsville; Stimpin at the Savoy; Somewhere in the Night (Naked City Theme); Samba De Else; What is There to Say.

Músicos: Larry McKenna (saxofone tenor); Jack Saint Clair (saxofone); Silas Irvine (piano); Joe Plowman (baixo); Dan Monaghan (bateria); Meghan Woodard, oboé; Alberta Dougles, violino; Justin Yoder, cello; Nellie Smith, cello; Chen Chen, cello; Gloria Galante, harpa.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=ULGYsZCRLxY

Fonte: Richard J Salvucci (AllAboutJazz) 

 

Nenhum comentário: