Larry McKenna não é realmente uma celebridade. Ele, provavelmente,
nunca será. Ele toca sax tenor nos arredores da Filadélfia. Ele aparentemente
não fala muito, embora, claramente, tenha um senso de humor travesso. Isto se
reflete em seu toque. É possível dirigir até sua casa no subúrbio, vagamente
consciente de que um saxofonista, um muito bom, vive lá e continua indo. Uma
espécie de metáfora para McKenna e sua carreira.
Para um grupo pequeno, músicos principalmente, McKenna não é
um jogador comum. Alguns dirão que ele é, provavelmente, o melhor no mundo no
que ele faz, não apenas na Filadélfia. O que ele faz é tocar bela e liricamente,
destilando a história moderna do saxofone tenor, ao menos desde Lester Young, dentro
de maravilhosas sonoridades. Ele não gravou tanto quanto Stan Getz, cuja
sonoridade ele, às vezes, relembra, ou faz aparições na Cidade do México City e
tenta falar espanhol (como Getz uma vez fez). Se você já o escutou ao vivo,
pode ter sido em um festival paroquial católico no sul da Filadélfia. Ou, outra
vez, no festival Woody Herman Tribute Band em Los Angeles, já que ele é
um ex-aluno do grupo. McKenna voou sob esse tipo de radar estranhamente
fragmentado por muitos anos. Ele tem sido chamado "naturalmente" escolado
no trabalho, não em salas de aula Isto se mostra.
Breve ou mais tarde, muitos grandes instrumentistas bop—McKenna
é sem dúvida isto também — gravaram com cordas. Estes lançamentos não agradam a
todos. De alguma forma, as cordas aqui, com músicos talentosos, alguns
associados à Temple University, onde Larry tem ensinado, não são
considerações posteriores, mas uma extensão harmônica do toque de McKenna. Há
nove músicas, incluindo "Samba de Else", uma composição de McKenna, adicionada
a Harold Arlen, Vernon Duke, Yip Harburg, Henry Mancini, Cole Porter , Jimmy
van Heusen e Johnny Burke, Johnny Mande e Edgar Sampson, dentre outros.
Como se não bastasse, McKenna e Jack Saint Clair, um
tenorista companheiro, realizou os arranjos. Eles sabiam o que queriam. Não há
espaço, notas e movimentos. McKenna faz todas as mudanças bonitas, com
resultados espetaculares. Polido, saboroso, reflexivo, musical, lindo e em
alguns lugares, irônico. Dexter Gordon espreita ocasionalmente. É esse tipo de
pensamento criativo.
“World on a String” inicia bastante apropriadamente com McKenna
navegando por um passeio tranquilo com um toque da 52d Street aqui e ali. Uma
incrível "But Beautiful" segue, tons de Gordon Jenkins, como uma
versão ansiosa como alguém poderia ouvir, com cordas e piano entrelaçados com
bom gosto. "Samantha" é uma bossa, um gênero que às vezes significa a
hora do clichê. Não aqui, onde sinceridade, não o cinismo se sustenta. Para
fugir da loucura com que nos cercamos, escolha qualquer um "Emily" ou
"Dreamsville". Ambos levarão você, sem ajuda, a um lugar muito melhor.
Em "Savoy", McKenna está reunido ao tenor de Saint
Clair, que mais do que se mantém. Joe Plowman também ganha algum espaço no
baixo, e com cordas, tudo balança muito bem, de fato. A real sonhadora é
"Somewhere in the Night" também conhecida como o tema da série de TV
"Naked City" (1960-1963), que foi pouco gravada desde 1965. Alguém
deve lembrar de Maynard Ferguson fazendo um arranjo para big band, em “Come
Blow Your Horn (Cameo, 1963)” e talvez foi aí que esta versão se originou. É um
prazer ouvir Milt Raskin e Billy May em um arranjo resgatado da obscuridade. A
gravação encerra com uma composição de McKenna, "Samba de Else" e
"What is There to Say?".
Um favorito? Todos elas. Uma gravação memorável por parte de um artista cuja evidente aversão à autopromoção e publicidade não deve impedir uma apreciação generalizada dos seus dons.
Faixas: I've
Got The World On a String; But Beautiful; I Love You, Samantha; Emily;
Dreamsville; Stimpin at the Savoy; Somewhere in the Night (Naked City Theme);
Samba De Else; What is There to Say.
Músicos:
Larry McKenna (saxofone tenor); Jack Saint Clair (saxofone); Silas Irvine (piano);
Joe Plowman (baixo); Dan Monaghan (bateria); Meghan Woodard, oboé; Alberta
Dougles, violino; Justin Yoder, cello; Nellie Smith, cello; Chen Chen, cello;
Gloria Galante, harpa.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=ULGYsZCRLxY
Fonte: Richard
J Salvucci (AllAboutJazz)
Nenhum comentário:
Postar um comentário