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segunda-feira, 15 de julho de 2024

SULLIVAN FORTNER - SOLO GAME (Artwork)

Sob a mentoria de Fred Hersch e Jason Moran, e produzido por Hersch, “Solo Game” coloca o pianista Sullivan Fortner, realmente, em um bom lugar. Isso é antes mesmo da música começar. Então começa com um solo astuto e moderado na animada "Don't You Worry 'bout a Thing , de Stevie Wonder, colocada na lista das melhores de 1973, enquanto dá dicas sutis para a viagem à frente, forjada pelo eu quixotesco de Fortner.

Fortner, que tem desenvolvido constantemente uma discografia que inclui a gravação do seu próprio quarteto Aria (Impulse!, 2015), um período de sete anos com Roy Hargrove, e sessões escolhidas com Paul Simon, Cecile McLorin Salvant (que adiciona sua magia etérea aos "Tubular Bells" como "Snakes and Ladders"), e Melissa Aldana apenas para nomear uns poucos. Com seu perfeito tom e clássica abordagem a passos largos, o pianista tem uma longa e ilustre carreira pela frente.

Uma abordagem outonal temperada para "I Didn't Know What Time it Was" de Richard Rodgers desmente a idade de Fortner. Há um claro senso de ânsia, mas sabendo que os anos revelam como serão. A produção de Hersch é imaculada, lançando luz sobre a visão claramente articulada de Fortner — uma abordagem nova e mais segura das coisas que são bonitas em detrimento da conveniência, coisas com presença eterna.

O pianista faz o que todos os grandes artistas inovadores e verdadeiros criadores fazem (não são derivados do Tik Tok). Eles desafiam a si mesmos e elevam-se bem acima desse desafio. Assim, "Congolese Children" de Randy Weston soa totalmente concebida e integral, assim como a deliciosa "Once I Loved" de Antônio Carlos Jobim. Fortner está tão ciente daqueles que dominaram as chaves antes dele que, no momento em que chegamos a brincadeiras singularmente maleáveis ​​​​com a saltitante 'Cute' de Neil Heftiand, com o neo-ragtime "This Is New" de Kurt Weill, visões de Art Tatum e Bud Powell estão dançando em nossas cabeças.

Esses empreendimentos individuais podem às vezes ser exagerados — pense na “Restoration Ruin (Vortex, 1968)” do jovem Keith Jarrett —porém “Solo Game” na maior parte evita aquelas quedas juvenis. Embora tenha seus momentos forjados, tal como em "It's A Game" — a segunda faixa no Disco Dois— demora um pouco demais, previsivelmente. Aqui o pianista utiliza vários instrumentos incluindo vibrafone, celesta, chime tree (NT: Um instrumento de percussão que consiste em muitos pequenos sinos – normalmente cilindros de metal sólido com aproximadamente 6 mm), Moog, Vocoder, Rain Maker, Hammond B3 e batedor de ovos. Inteiramente composto por Fortner, a ressaca taciturna em forma de poço "Snakes and Ladders" é vítima, mais uma vez, de sua extensão. "Hounds and Jackals" por outro lado é bem curta. "Space Walk " é como a nova geração assistindo 2001: Uma Odisseia no Espaço. Porém, dada a gravidade de “Solo Game”, isso é realmente picuinha. Estes dois discos estão além de qualquer questão e vale o tempo que leva para ser puxado para sua órbita graciosa e sustentável.

Faixas:

CD 1: Don't You Worry About a Thing; I Didn't Know What Time It Was; Congolese Children; I'm All Smiles; Invitation; Once I Loved; Cute; This Is New; Come Sunday.

CD 2: Power Mode; It's a Game; Snakes and Ladders; Hounds and Jackal; King's Table; Stag; Cross and Circle; Space Walk; Valse Du Petit Chien; Fred Hersch, Notes on Solo; Jason Moran, Notes on Game.

Músicos: Sullivan Fortner - piano; piano (Steinway B), palmas, shakers, Canopus Bass Drum, gongo mongoliano (2); Kyle Pool: palmas (2-2); Cecile McLorin Salvant: vocal (2-3).

Fonte: Mike Jurkovic (AllAboutJazz)

 

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