O primeiro
álbum em 15 anos do saxofonista alto e soprano, Greg Osby, é, como o título
sugere, um caso discreto. Ele oferece um foco renovado em clareza, melodia
organizada — temática e improvisadamente — e no espaço para Osby bem como para
seus colaboradores.
Observe que
isso é “amplitude”, não “espaço”. O primeiro implica o último, claro, mas este álbum
é realmente sobre dar aos músicos, e a música em si mesma, espaço para respirar.
“Dedicato”, com suas seções lentas e rápidas, é um exemplo instrutivo. Estabelecendo
a longa entonação do tema em seu soprano, Osby trata cada nota como um
pronunciamento, protegido por sotaques interessantes do pianista Tal Cohen, pelo
baixista Nimrod Speaks e pelo baterista Adam Arruda. Assim que as improvisações
em tempo duplo começam, entretanto, a atenção aos detalhes não diminui. Osby e
as linhas contrapontuais do acordeonista Joao Barradas estão cuidadosamente construídas,
elaboradas por uma linguagem comum entre dois instrumentos diferentes. Notas voam
rápidas e furiosas, mas com intenção deliberada.
Isto é
especialmente verdade nas quatro faixas vocais do álbum. A entrega sem palavras
de Viktoria Pilatovic em “Minimalism” e “Once Known” (que é atualmente mais
minimalista, no senso clássico, que a faixa título) é sobreposta em uma
harmonia exuberante que chama a atenção, mesmo que seja em grande parte material
de fundo, e a abordagem solo pontilhista de Osby reconhece isso. Alessandra
Diodati canta a letra em “I Forgive You” de Becca Stevens e em “Journey” de
Kendrick Scott. Na peça muito transparente de Stevens, ela destaca uma presença
etérea que assombra a balada mesmo quando ela fica em silêncio; em “Journey” ela
está determinadamente em igual parceria com Osby (que duplca seu vocal) em um
intercâmbio que coloca os intérpretes em sua melhor forma.
Nada disso quer dizer que a música seja simples, por
si só. A abertura de “Minimalism” rapidamente exibe os polirritmos e mudanças
métricas que nos lembram o papel de cofundador de Osby no movimento dos anos 1980,
M-Base. É, entretanto,
uma abordagem reflexiva e clara para estas complexidades: uma nova maturidade
para Osby que torna bem-vindo este retorno após longa espera.
Faixas: 1. Minimalism 2, Thank You For Your Time 3. I
Forgive You 4. Once Known 5. Dedicato 6. Journey 7. Facets Squared 8. Youwan 9. Neshama
Músicos: Greg
Osby (saxofone); João Barradas (acordeón); Tal Cohen (piano); Nimrod Speaks
(baixo acústico); Adam Arruda (bateria); Viktorija Pilatovic (vocal); Alessandra
Diodati (vocal)
Fonte: Michael J. West (DownBeat)
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