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segunda-feira, 19 de agosto de 2024

IVO PERELMAN – TUNING FORKS

O intrépido improvisador e saxofonista, Ivo Perelman, assume suas explorações em mais uma direção no cativante “Tuning Forks”. Um dueto com o vibrafonista Matt Moran, este trabalho ricamente texturizado inspira-se principalmente nas propriedades musicais e curativas das vibrações. Para este, e subsequentes lançamentos, Perelman ressuscita seu selo anteriormente extinto, Ibeji.

O ambiente geral é introspectivo e melancólico. O fluxo livre de ideias entre os dois músicos é completamente lírico. A camaradagem perfeita permite uma progressão natural das improvisações emparelhadas, aquele que destaca a individualidade de cada artista, bem como sua sinergia.

Por instante, "Pythagorean", que leva o nome de um método de afinação de instrumentos, é um noturno silencioso e espontâneo. Consiste em linhas melódicas fluidas e bilaterais que se fundem para formar um fluxo de consciência em camadas. Moran apimenta seus malhos em cascata com toques de blues, e Pereleman tece uma música terna e íntima em torno deles.

Em contraste, "Tesla" (Grego para o final do verão) é mais angular e tem um andamento mais rápido. Moran alterna batidas rápidas com glissandos ressonantes. Perelman constrói estruturas cristalinas com suas frases curtas. O resultado é um diálogo estimulante, efervescente e emocionante do início ao fim.

"Rife" é a improvisação final e mais longa da gravação. Moran começa com refrões intrincadamente construídos. O saxofone tenor de Perelman alterna entre melancolia e paixão amarga. O fluxo e refluxo da energia, à medida que a música evolui, a mantém envolvente e intrigante. Perelman e Moran, juntos e separadamente, introduzem reviravoltas inesperadas que são simultaneamente provocativas e comoventes. Eles conferem um clima cinematográfico à faixa que quase poderia ser o tema de um filme de arte ainda a ser feito.

Tal como acontece com cada mudança na abordagem criativa de Perelman, “Tuning Forks” anuncia um momento novo e emocionante na obra uniformemente soberba de Perelman. É também auspicioso que coincida com a renovação da marca que lançou jóias como “Soccer Land (Ibeji, 1994)” e “Tapeba Songs (Ibeji 1996)”. Mesmo sem colocá-lo no contexto da produção geral de Perelman, este lançamento certamente resistirá ao teste do tempo.

Faixas: Gregorian; Pythagorean; Tesla; Schumann; Fibonacci; Rife.

Músicos: Ivo Perelman (saxofone tenor); Matt Moran (vibrafone).

Fonte: Hrayr Attarian (AllAboutJazz)

 

 

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