O intrépido improvisador e saxofonista, Ivo Perelman, assume
suas explorações em mais uma direção no cativante “Tuning Forks”. Um dueto com
o vibrafonista Matt Moran, este trabalho ricamente texturizado inspira-se principalmente
nas propriedades musicais e curativas das vibrações. Para este, e subsequentes
lançamentos, Perelman ressuscita seu selo anteriormente extinto, Ibeji.
O ambiente geral é introspectivo e melancólico. O fluxo
livre de ideias entre os dois músicos é completamente lírico. A camaradagem
perfeita permite uma progressão natural das improvisações emparelhadas, aquele
que destaca a individualidade de cada artista, bem como sua sinergia.
Por instante, "Pythagorean", que leva o nome de um
método de afinação de instrumentos, é um noturno silencioso e espontâneo. Consiste
em linhas melódicas fluidas e bilaterais que se fundem para formar um fluxo de
consciência em camadas. Moran apimenta seus malhos em cascata com toques de
blues, e Pereleman tece uma música terna e íntima em torno deles.
Em contraste, "Tesla" (Grego para o final do verão)
é mais angular e tem um andamento mais rápido. Moran alterna batidas rápidas
com glissandos ressonantes. Perelman constrói estruturas cristalinas com suas
frases curtas. O resultado é um diálogo estimulante, efervescente e emocionante
do início ao fim.
"Rife" é a improvisação final e mais longa da
gravação. Moran começa com refrões intrincadamente construídos. O saxofone
tenor de Perelman alterna entre melancolia e paixão amarga. O fluxo e refluxo
da energia, à medida que a música evolui, a mantém envolvente e intrigante.
Perelman e Moran, juntos e separadamente, introduzem reviravoltas inesperadas
que são simultaneamente provocativas e comoventes. Eles conferem um clima
cinematográfico à faixa que quase poderia ser o tema de um filme de arte ainda
a ser feito.
Tal como acontece com cada mudança na abordagem criativa de
Perelman, “Tuning Forks” anuncia um momento novo e emocionante na obra
uniformemente soberba de Perelman. É também auspicioso que coincida com a
renovação da marca que lançou jóias como “Soccer Land (Ibeji, 1994)” e “Tapeba
Songs (Ibeji 1996)”. Mesmo sem colocá-lo no contexto da produção geral de Perelman,
este lançamento certamente resistirá ao teste do tempo.
Faixas: Gregorian;
Pythagorean; Tesla; Schumann; Fibonacci; Rife.
Músicos: Ivo
Perelman (saxofone tenor); Matt Moran (vibrafone).
Fonte: Hrayr
Attarian (AllAboutJazz)
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