O dicionário Merriam-Webster define confraternização como
"comunidade de interesse, atividade, sentimento ou experiência", que
parece o que Brian Blade & The Fellowship Band estiveram fazendo,
cultivando um certo som durante 25 anos. A comunidade é formada pelo baterista Brian
Blade, pelo pianista Jon Cowherd, pelo saxofonista Melvin Butler, pelo saxofonista
e clarinetista Myron Walden, pelo baixista e tecladista Christopher Thomas e
pelo guitarrista Kurt Rosenwinkel. O interesse e a atividade que essas pessoas
compartilham é tocar música, especificamente jazz. Finalmente, o sentimento ou
experiência que se obtém da música é de alegria e inspiração. Alguém pode
apenas imaginar o prazer da experiência deles atuando juntos, mas a música é um
forte argumento para isso.
Ouvindo “Kings Highway” pode-se sentir esta comunhão, a
solidariedade dos músicos, seu senso de propósito para alcançar um sentimento
que vai além das notas ou das habilidades técnicas dos instrumentistas. Nem
todo jazz é assim. Frequentemente, um solista particular está à frente, suportado
pelos outros, que conduzem a visão e os solos do líder para se expressar.
A faixa de abertura, "Until We Meet Again" de
Blades, inicia com sintetizador e então vêm a guitarra e piano, baixo, algumas
escovinhas na bateria, então os instrumentos de sopro, construindo uma melodia
repetida até que todo o conjunto esteja tocando corajosamente e solenemente
juntos. A próxima faixa, "Catalysts", começa mais animado com a guitarra
e, então, o sax e mais tarde o sintetizador nos leva a uma jornada. Um destino
ao longo do caminho é a próxima faixa, "People's Park", que, como a
faixa anterior, composta pelo pianista Jon Coward, é um local mais tranquilo
para reflexão e contemplação. De volta à estrada vamos novamente na forma da
faixa título de 13 minutos, que tem sentimento de fusion de jazz-rock até
que se derreta em um solo legal de baixo que leva alguns grandes toques tocados
por dois saxofonistas e finalmente o pianista expressando a si mesmo
alegremente. "Kings Highway " é uma faixa estonteante e bem adequada
ao título do álbum. Agora, mais adiante temos "Look To The Hills",
que inicia com a percussão levando a algumas passagens mais espirituais.
Spiritual é o que vem à mente, frequentemente, quando
da audição desta banda. Embora, esta gravação sinta-se mais como fusion
inspirado, às vezes, nos álbuns anteriores, há sempre um retorno ao som com um palpável
senso de uma busca pela santidade, pela verdade, pelo companheirismo, não
apenas entres os instrumentistas, mas com os ouvintes também. O álbum encerra
com um hino spiritual e oração chamada "God Be With You" composta
por William G. Tomer (a única faixa não composta por Blade ou Cowherd) e define
um final, bonito, entonação solene para a gravação. Com esta gravação, Brian
Blade e The Fellowship Band convida o ouvinte a juntar-se à sua comunhão em uma
estrada musical da vida, e assim devemos.
Faixas:
Until We Meet Again; Catalysts; People's Park; Kings Highway; Look To The
Hills; Migration; God Be With You.
Músicos:
Brian Blade: bateria; Melvin Butler: saxofone; Jon Cowherd: piano; Kurt
Rosenwinkel: guitarra; Christopher Thomas: baixo acústico; Myron Walden:
saxofone.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=OOQYBOSBSek
Fonte: Cary Tenenbaum (AllAboutJazz)
Nenhum comentário:
Postar um comentário