“Night Birds”, o terceiro álbum da vocalista Sara Serpa e do
guitarrista André Matos, oferece um programa etéreo de composição feita pelo duo,
separadamente e juntos. Eles estão unidos em várias faixas a ao
pianista/compositor do Brooklyn, Dov Manski, o celista sul-coreano de avant-garde
, Okkyung Lee, a vocalista experimental, a sueca Sofia Jernberg, o baterista
português, João Pereira, e o filho deles Lourenço. O álbum conclui com uma bagatela
de Béla Bartók.
Para começar com o intrigante encerramento, Bartók é
interpretado de forma totalmente simples, duas vezes, com variações ligeiras
repetidas (oitava, timbre, duração). A perfeita entonação dá a Serpa uma
vantagem na música cantada, que está melodicamente fora do caminho batido, como
este e outro material em seu repertório. Ela usa uma voz de cabeça angelical em
uma silabação neutra, cada nota intocada, uma nota perfeitamente flutuando
através da paisagem sonora. Se Bartók é oferecido como um reconhecimento do duo,
inspirada pelas explorações de Chick Corea com Gary Burton, ou outra razão, é
uma pequena jóia. "Fourteen Bagatelles, Op. 6" para piano (1908) nascente
de uma pesquisa de Bartók da música folk da Europa Central. Elementos e processos
adquiridos das suas análises aparecem nas peças, mas radicalmente metamorfoseada.
Um eco do idioma folk permanece, mas em uma forma desencorpada bem ajustada produção
vocal fantasmagórica de Serpa e sons vaporosos da guitarra de Matos. Enigmaticamente,
a absoluta presença da voz intensifica a ressonância folk, lembrando o
ouvinte da fonte.
Em contraste com a ultrassuave persona de Serpa como
intérprete, suas composições ("Family", "Degrowth",
"Watching You Grow") falar sobre questões candentes como "Como
nós nutrimos estes preciosos e frágeis microcosmos da observação do crescimento
de crianças, enquanto nós observamos a destruição do nosso planeta?". Seu
"Watching You Grow" com a voz gravada do seu filho, aparentemente praticando
o anúncio de jogadas em uma emocionante partida de futebol imaginária. Ele
parece estar pretendendo estar em um estádio novo, levando na sua voz curta a
uma ilusão de um som poderoso ouvida de longe. O registro alto mágico da
criação tilintante do piano de Manski dá a ilusão adicional de que a voz emana
de muito tempo atrás, que enquadra a composição e improvisação que se segue como
uma reflexão da sua infância de uma perspectiva no futuro. Isto adiciona uma
espécie de nostalgia do momento, uma doçura agridoce que se pode sentir ao
encontrar, como um crescimento pessoal, alguém que você assistiu e ajudou a
crescer. "Degrowth" de Serpa inicia com lirismo, "Voe menos, dirija
menos, caminhe mais...". Há um particular afeto nesta modesta autoadmoestação,
cantada em entonações de canções de ninar, em face destas enormes questões. Alguém
pode enfatizar com a angústia atrás da compostura, o esforço requirido para
manter um frescor legal. A energia é palpável e comovente.
O sonhador com infusão do zumbido de Matos de "From a
Distance", que apresenta flutuações com timbres de sinos nos teclados, e
um destaque do programa. "Family" é outra, com seu balanço suavemente
roqueiro, guitarra acústica solo, estrutura multipartida lúdica e especialmente
o timbre da voz suave de Lourenço, misturando perfeitamente com partes
interligadas da sua mãe.
Faixas : From
a Distance; Carlos; Melting Ice; Family, Night Birds; Counting; Underwater;
Degrowth; Bergman's Island; Lost Whale; Watching You Grow; Bagatelle, Op.6:
Lento.
Músicos: Sara Serpa: vocal; André Matos: guitarra; Dov
Manski: piano; Okkyung Lee: cello; Sofia Jernberg: vocal; João Pereira:
bateria.
Fonte: Katharine
(Katchie) Cartwright (AllAboutJazz)
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