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domingo, 26 de janeiro de 2025

CHET BAKER & JACK SHELDON - IN PERFECT HARMONY: THE LOST ALBUM (Jazz Detective)

“In Perfect Harmony: The Lost Album” apresenta uma intrigante colaboração entre os trompetistas Chet Baker e Jack Sheldon. Derivada de uma sessão de estúdio recém-descoberta de 1972 e lançada pelo selo Jazz Detective, foi coproduzido por Zev Feldman e pelo produtor de filmes Frank Marshall. Acompanhados por uma formação estelar composta por Jack Marshall (guitarra), Dave Frishberg (piano), Joe Mondragon (baixo) e Nick Ceroli (bateria), o sexteto suínga através de um repertório extraído principalmente do grande repertório estadunidense, suplementado por uma composição de Sheldon e uma balada de um compositor mexicano.

Embora à primeira vista a combinação desses dois trompetistas/cantores em particular possa parecer incompatível, Baker e Sheldon— conforme descrito no livreto atencioso e informativo de 15 páginas que acompanha este CD — eram bons amigos e foi Sheldon quem convenceu Baker a participar desta gravação. A dinâmica entre Baker e Sheldon é interessante, com cada artista trazendo seu sabor único para a mesa. Em todas as faixas, Sheldon pode ser ouvido cantando e tocando no canal esquerdo e Baker no direito.

A faixa de abertura é "This Can't Be Love" com Sheldon percorrendo as letras em um vibrato trêmulo. O vocal de Baker é igualmente breve, porém mais contido, com o trompete de Sheldon no suporte. A já popular "Just Friends" segue com Baker assumindo o vocal em um ritmo alegre enquanto Sheldon cobre a seção de trompete com um tom claro. Infelizmente, o baixo de Mondragon está gravado em excesso no canal direito, quase afogando o vocal de Baker. No original de Sheldon, "Too Blue", ele faz o vocal no estilo hipster, e o trompete de Baker raramente se desvia do registro intermediário, pois se limita a frases curtas de pontuação. Quando Sheldon entra em cena, seu tom e frase imitam os de Baker.

Na época desta sessão, o toque de trompete de Baker estava muito longe do seu auge, trompete melódico quente e elegante de seus primeiros anos. Além de lutar contra um vício, ele se envolveu em uma briga em 1966 que resultou em sangramento na boca e dentes quebrados, forçando-o a colocar dentadura. Consequentemente, ele tinha um problema real no toque enquanto tentava consertar sua embocadura e esta gravação seria a primeira desde aquele evento. A despeito disto, o comportamento tranquilo de Baker serve como um belo contrapeso à vivacidade de Sheldon enquanto eles continuam a trabalhar no equilíbrio da sessão, começando com uma interessante versão de "Once I Loved", de Antônio Carlos Jobim. Conforme Ceroli estabelece a batida de bossa nova Baker mostra flashes do seu eu mais jovem, preparando o cenário para Sheldon entrar com uma série de rajadas rápidas antes que a faixa desapareça.

Chet Baker sempre adorou baladas, como evidenciado por seu lançamento de 1956, “Chet Baker Sings (Pacific Jazz)”, e por isso sua versão lânguida de "When I Fall In Love" não está como tal. O encerramento é um blues curto e irreverente de Jimmy Rushing/Count Basie/Harry "Sweets" Edison, com Sheldon em um grito vocal, enquanto o trompete de Baker aparece nas bordas.

Faixas: This Can't Be Love; Just Friends; Too Blue; But Not For Me; Historia de un Amor; Once I Loved; You Fascinate Me; When I Fall In Love; I Cried For You; I'm Old Fashioned; Evil Blues.

Músicos: Chet Baker (trompete e vocal); Jack Sheldon (trompete); Jack Marshall (guitarra); Dave Frishberg (piano); Joe Mondragon (baixo); Nick Ceroli (bateria).

Fonte: Pierre Giroux (AllAboutJazz)

 

 

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