Em uma era na qual os ecos das legendas do jazz ressoam através
dos tempos, o pianista Sean Fyfe emerge como um portador da tradição do
hard-bop com seu último lançamento” Stepping Stones”. Este álbum é um testamento
do poder de colaboração, enquanto Fyfe se junta ao conjunto dinâmico do
saxofonista tenor Dave O'Higgins, do baterista Matt Fishwick e do baixista Luke
Fowler, cada um dos quais traz seu talento único e profundo respeito por
aqueles que vieram antes.
Neste lançamento de oito faixas de originais de Fyfe, standards
populares bem conhecidos, todos arranjados por Fyfe, o palco está estabelecido para
a banda apresentar balanços fortes com delicadeza e talento. A abertura é um
original de Fyfe, "See Ya!", um contrafato baseado na composição de
Thelonious Monk,"Bye-Ya". O tenor de O'Higgins desenrola frases
cuidadosamente assertivas, seguidas pelo solo de Fyfe, um ataque nitidamente
fragmentado, mas flexível, que mostra a energia e habilidade da banda. A balada
de Hoagy Carmichael/Johnny Mercer, "Skylark", tem uma estória
interessante de fundo, que originalmente Carmichael compôs como um tributo ao
trompetista Bix Beiderbecke e Johnny Mercer, posteriormente, adicionou a letra
que detalhou sua saudade da atriz Judy Garland. Acompanhado pela entonação
profunda, sombria e rica entonação do baixista Fowler, Fyfe e O'Higgins desenvolvem
seus solos com uma curiosidade obstinada sobre textura e efeito dinâmico.
"Just in Time" do compositor Jule Styne, com letra
de Betty Comden e Adolph Green, foi apresentada em 1956 em um musical da Broadway,
"Bells Are Ringing". O número tem ritmo acelerado, com o baterista
Matt Fishwick demonstrando sua potente linha rítmica de ataque. Fyfe e
O'Higgins trabalham juntos perfeitamente e estão inabaláveis no momento. A
faixa título, "Stepping Stones", é outra composição de Fyfe. O poder
duradouro do hard bop é evidente nas notas de abertura do infatigável tenor de
O'Higgins, acompanhadas pela cobertura brilhante e cortante do piano de Fyfe. Fishwick
mantém o número circulando com trocas assertivas, mas saborosas, entre
O'Higgins e Fyfe.
Nem Duke Ellington nem sua composição "Prelude to a
Kiss" foram considerados um pouco bop. A banda usa a estrutura musical de
Ellington para mostrar seus instintos melódicos e harmônicos com sofisticação e
interação improvisadas, mas não sem estrutura. A faixa de encerramento é um
número de Fyfe, "Skitch". Esta linha baseada no hard-bop blues está
repleta de ataque intenso, fraseado rítmico rápido e uma energia crua e
desenfreada que deixa uma impressão duradoura.
Faixas: See
Ya!; Skylark; Sweet and Lovely; Just in Time; Stepping Stones; Prelude to a
Kiss; Without a Song; Skitch
Músicos: Sean
Fyfe (piano); Dave O'Higgins (saxofone tenor); Matt Fishwick (bateria); Luke Fowler
(baixo).
Fonte: Pierre
Giroux (AllAboutJazz)
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