Despreocupação não é a palavra correta para descrever “Not
To Want To Say” pelo trio Devouring The Guilt. A música não é "calma"
ou '"indiferente" tanto quanto tem uma equanimidade ou uma casualidade
não comumente encontrada na improvisação livre. Este lançamento, que segue a
estreia do trio epônimo (Amalgam, 2017) e “Prison Planet (Kettle Hole Records,
2020)”, que difere porque não contém um pingo de ansiedade.
Uma explicação deve ser que este disco foi capturado em estúdio,
ao contrário das gravações ao vivo anteriores do trio. Devouring The Guilt
é um esforço centrado em Chicago, moldado da mesma maneira que os músicos de
vanguarda de Chicago do final do século 20 modelaram seu som a partir de
músicos europeus, como a música Peter Brötzmann, Peter Kowald e Paul Lytton criado
para o selo FMP. O saxofonista Gerrit Hatcher pode rastrear o som do citado
Brötzmann, mas ele também se inspira na tradição do blues, o mesmo som que você
pode juntar a Fred Anderson de Chicago. Ao lado de diversas gravações solos
excelentes, ele lançou “The Good Instinct of the Morning (Kettle Hole Records,
2020)” com Ben LaMar Gay, Katie Ernst, Julian Kirshner e Keefe Jackson.
Este trio é um triângulo verdadeiramente equilátero com contribuições
balanceadas de cada músico. O baixista Eli Namay, que divide seu tempo entre
Pittsburgh e Chicago, atua como piloto ao longo das duas longas faixas,
acelerando ou diminuindo o ritmo e definindo o clima. Seu trabalho com arco
pode ser alternadamente mordaz e calmante. Da mesma forma, o baterista Bill
Harris tem um segundo pé no acelerador, às vezes distorcendo o tempo e em
outros momentos fornecendo comentários desequilibrados à conversa a três. A
forma imperturbável como o trio desliza nesta sessão, mesmo com as suas
explosões de energia, é única e impressionante.
Faixas: Shrew;
If You're Young and Vibrant.
Músicos:
Devouring the Guilt (banda / conjunto / orquestra); Eli Namay (baixo acústico);
Gerrit Hatche (saxofone tenor); Bill Harris (bateria).
Fonte: Mark
Corroto (AllAboutJazz)
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