Este registro assombroso, profundo e surpreendente é a
escolha deste revisor para o melhor do ano — e não está nem perto. Realmente, poucos
álbuns lançados em qualquer ano, alcança o equilíbrio improvável do saxofonista
alto/compositor Wilkins entre o etéreo e o terreno, de pesquisar e fundamentar,
de virtuosismo e francamente lírico. O “surpreendente” usado anteriormente não
faz justiça – mas também não há palavra melhor.
A reflexão de Wilkins em “Blues Blood” é sobre sua própria herança
em vários sabores e nuances. É também seu primeiro álbum que usa vocal, embora
seus companheiros centrais de banda —o pianista Micah Thomas, o baixista Rick
Rosato, o baterista Kweku Sumbry — estão cada um em seu melhor (como o
baterista convidado Chris Dave e o guitarrista Marvin Sewell, este último com
particularmente lindo e apropriadamente espectral trabalho em “Apparition”), os
vocalistas marcam o álbum com sua identidade. A beleza da performance do vocalista
masculino, Yaw Agyeman, em “If That Blood Runs East” atenuada, mas assentada pelo
gospel e R&B, é requintada. Assim é Cécile McLorin Salvant, fazendo para
ela alguns de seus trabalhos mais sutis em “Dark Eyes Smile” (com o
acompanhamento magnificente de Thomas e solos de Rosato e Wilkins, a compensando),
e o canto suave do cantor Carnatic Ganavya em “Everything”. A variedade das
perspectivas artísticas que estes vocalistas representam é tão sublime em si
mesma como suas performances são.
Indubitavelmente, porém, o eixo desta gravação é a cantora e
compositora folk June McDoom, o vocalista em destaque do álbum. Sua suave entrega
ventilada e insinuativa irradia em “Blues Blood” da balada de abertura “Matte
Glaze” através dos sussurros finais do épico encerramento da faixa-título. Ela está especialmente ajustada ao
deslizamento leve de “Motion”. Entretanto, é sua performance de chamada
e resposta com McLorin Salvant no outro épico do álbum, o imponente, mas
cinético, “Afterlife Residence Time”, que majoritariamente ressoa. Cada um
oferece linhas e imagens evocativas e dolorosamente poéticas, culminadas com
“Estes são os meus sonhos”, com uma autoridade sobrenatural que sem dúvida
permanecerá nos seus.
Faixas
1 MATTE
GLAZE 04:25
2 funmi 00:08
3 MOTION
05:31
4 EVERYTHING
06:06
5 air
(interlude) 00:39
6 DARK
EYES SMILE 06:03
7 APPARITION
06:38
8 assembly
(interlude) 00:52
9 AFTERLIFE
RESIDENCE TIME 08:40
10 MOSHPIT
03:21
11 set!
(interlude) 00:21
12 IF
THAT BLOOD RUNS EAST 03:04
13 your
memory (interlude) 00:51
14 BLUES
BLOOD 10:51
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:
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