Música é comunicação, e jazz, especialmente, a improvisação é
a mais pura forma de uma relação sexual. Pense nestes termos do contraste entre
Buddy Bolden, que se acredita ser o primeiro músico de jazz e o Mick Jagger dos
Rolling Stones. Bolden iniciou tocando Gospel, blues e bandas de música de
marcha, mas sua performance não foi limitada (os críticos debateram se ele
sabia ler música) para as notas na página. Todavia, Bolden improvisou, tempos
mudados e fez sua música uma expressão de sua identidade. Os Stones, tendo
consumido blues americano, criado uma empresa ao reembalar a música como rock
and roll. A diferença entre Bolden e Jagger é a divergência de expectativas dos
ouvintes. Os espectadores exigem que a música dos Stones soe exatamente como
nos álbuns e exatamente o oposto das expectativas para uma apresentação de jazz.
Torná-lo novo e original é a beleza e a genialidade de “The
Data”, a gravação solo do pianista Matthew Shipp. Sua discografia de,
aproximadamente, 300 gravações inclui uma aprendizagem com as lendas David S.
Ware e Roscoe Mitchell, duos com William Parker, Joe Morris e Ivo Perelman, seu
quarteto, e dúzias de sessões de piano. Embora, com lançamentos solo, ouvintes
captem a natural essência de Matthew Shipp. Iniciando, em 1995, com “Before the
World (FMP, 1997)” e “Symbol Systems (No More Records, 1995)”, relançado em
2018, pela hatOLOGY, Shipp lançou mais de uma dúzia de gravações solo. Gravado
no Merkin Concert Hall em Nova York em um grande piano Steinway em Junho
de 2021, ele é dotado de condições ideais. Shipp recebe uma tela em branco para
pintar. As dezessete faixas, cada ponto individual de "The Data" são
exclamações espontâneas, até (ousamos dizer, ejaculações de sua mente).
Como Bolden, somos presenteados com a essência do Shipp. A música
é um dado bruto e cada trilha é o dado que compõe seus conceitos. Suas décadas de
prática e performance produz um som que é em parte matemática avançada e em
parte paixão. Ele pode tecer música de câmara improvisada com os princípios de
animação de Thelonious Monk e Horace Tapscott. Estas comparações não fazem
justiça aos sons gerados pelo mestre improvisador do século XXI. Conhecedores
da música de Shipp reconhecerá frases, expressões e outros fragmentos de dados
de sua ilustre carreira, tudo prólogo desta performance inspiradora.
Faixas: CD1:
The Data #1; The Data #2; The Data #3; The Data #4; The Data #5; The Data #6; The
Data #7; The Data #8; The Data #9; CD2: The Data #10; The Data #11; The Data
#12; The Data #13; The Data #14; The Data #15; The Data #16; The Data #17.
Fonte: Mark
Corroto (AllAboutJazz)
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