Um guitarrista implacavelmente ativo e inventivo, cujas
primeiras gravações datam dos anos 80, Michael Musillami começou a atingir seu
sucesso nos anos 90 ao lado de veteranos da cena do centro de Nova York, como o
baixista Mario Pavone, o baterista Michael Sarin e o saxofonista Thomas Chapin.
Mas uma de suas principais parcerias tomou forma no início dos 2000, quando ele
primeiro atuou com o baixista Joe Fonda e o baterista George Schuller, que são
veteranos de longa data do jazz criativo. Vinte anos e dez álbuns passados, o
trio reuniu-se uma vez mais para celebrar o prazer de fazer uma música
excelente, meticulosamente elaborada, mas com um ar definitivo de aventura e,
também, de imprevisibilidade.
Musillami utilizou quase todos os formatos, de gravações solo
a bandas de tamanho médio, até este ponto. A ele só falta um entalhe de big
band em seu currículo. Porém, pode-se ver facilmente por que um trio talvez
seja seu cenário mais forte, pois privilegia o tipo de espontaneidade e
interação próxima que sempre foram fundamentais para a musa de Musillami. Quando
ele vem trabalhando com Fonda e Schuller, é abundantemente evidente que esses
caras falam a mesma língua —que, num sentido, eles estão continuando uma
conversação compartilhada, que atravessa os anos, em vez de se reunir apenas
para outra data de gravação. A exuberância de uma abertura animada,
"Robert Paris", por exemplo, familiaridade gotejante, com um balanço moderno
e uma cabeça enganosamente complicada para convidar o ouvinte para o processo. Mas
em vez de apenas ficar naquele espaço confortável, os três encontram plenitude
de espaço para expandir as fronteiras da peça, aventurando-se em territórios
mais livres, embora sem nunca deixar a pulsação completamente para trás. A
harmonia entre Fonda e Schuller é tão sólida que eles podem mudar de modo
instantaneamente sem nunca perder o fio que une tudo. Isto é outra vez evidente
na fixa título do álbum, onde a elasticidade da estrutura rítmica da peça possibilita
Musillami tomar um de seus caracteristicamente lúcidos, solos exploratórios, sem
ser limitado por um ritmo insistente.
É completamente claro que esta é uma unidade particularmente
sem ego. Musillami não tem o desejo de monopolizar os procedimentos, conforme
ele dá a Fonda uma oportunidade de explorar um fantástico solo lírico com o
arco na delicada "Little Ruby Steps", dedicada à neta de Musillami. Schuller
obtém seu próprio momento na adequadamente intitulada "Freedom Calls, conforme
ele habilmente gera a energia que se produz por fissão no coração da faixa , antes
de finalmente explodir em seu louco solo ao final da peça.
Ouvindo os dez minutos de "Off the Monster" com
sua contagiante melodia e fervor granulado, é difícil não compartilhar a
exultação óbvia do trio tendo a oportunidade. Mais uma vez, de polir seu legado.
Embora o álbum tenha uma faixa de encerramento breve, "After Twenty",
tem uma qualidade um pouco abandonada, alguém esperará que este não é o sinal
do fim, do que tem sido um marcante sucesso e duradoura parceria.
Faixas: Robert
Paris; Block Party; Little Ruby Steps; Freedom Calls; Off the Monster (intro);
Off the Monster; Slow Moe; After Twenty.
Músicos: Michael Musillami (guitarra); Joe Fonda (baixo
acústico); George Schuller (bateria)
Fonte: Troy
Dostert (AllAboutJazz)
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