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segunda-feira, 9 de junho de 2025

ANTHONY BRAXTON SAXOPHONE QUARTET - SAX QT (Lorraine) 2022(I Dischi Di Angelica)

 A música de Anthony Braxton pode frequentemente ser comparada com aquele sonho recorrente que muitas pessoas apresentam quando têm um próximo exame universitário. Mesmo que eles não tenham frequentado as aulas nem tenham estudado para a prova. A razão pode ser que suas notações gráficas junto com suas partituras sejam formidáveis ​​e totalmente indecifráveis. Ouvintes reconhecem o grande homem que está operando num plano superior, que muitas vezes pode ser bastante assustador. Se alguém se identificar com a descrição acima, seu “Sax QT (Lorraine) 2022” pode ser a cura para o que os aflige sonoramente.

Esta música pede aos ouvintes para não ouvirem, ao menos não intelectualmente, mas para absorvê-la através de um processo de osmose. Seu conceito Lorraine é o componente etéreo do trabalho de sua vida Tri-Centric. Onde Echo Echo Mirror House Music e Ghost Trance Music de Braxton eram terra firme, Lorraine tem tudo a ver com o éter, ou seja, vento, respiração e nuvens. Seu conceito funciona naturalmente com a(s) respiração(ões) de um quarteto de saxofones. O lançamento anterior de Braxton em Lorraine, “10 Comp (Lorraine) 2022 (Braxton House, 2023)”, utilizou duas formações diferentes, uma era um trio com o acordeonista Adam Matlock e o trompete de Susana Santos Silva, o outro um quarteto com James Fei no saxofone, Zach Rowden no baixo e Carl Testa no baixo.

Os quatro discos incluídos nesta caixa são retirados de concertos gravados em Vilnius, Bolonha, Antuérpia e Roma. Os saxofonistas são Braxton, mais Fei, Chris Jonas e Ingrid Laubrock com André Vida substituindo Laubrock na performance em Vilnius. A variedade dos instrumentos varia do sopranino ao saxofone alto, tenor e barítono.

A ideia de gradual ou assimilação inconsciente dos conceitos de Braxton com estes quartetos de saxofone ajustam-se muito bem às suas ideias de correntes de vento. Dos seus arranjos, notação e gráficos, a música flutua assim como a experiência auditiva, que produz uma espécie de levitação. Além de tocar saxofones alto, soprano e sopranino, Braxton também adiciona eletrônica a estas apresentações. Seu sistema interativo, uma plataforma SuperCollider, é usada em tempo real, que faz seu quarteto em quinteto virtual. A eletrônica, porém, nunca é uma distração. Na verdade, eles aumentam a capacidade do quarteto de desafiar a gravidade.

Faixas: CD 1: Composition No. 436 I/V—Vilnius; CD 2: Composition No. 437 I/IV—Bologna; CD 3: Composition No. 438 I/IV—Antwerp; CD 4: Composition No. 439 I/V--Roma.

Músicos: Anthony Braxton (saxofones alto, soprano e sopranino; eletrônica); James Fei (saxofones alto e sopranino); Chris Jonas (saxofones tenor e alto); Ingrid Laubrock (saxofones tenor e soprano [CD 2}); André Vida (saxofones barítono, tenor e soprano [CD 1]).

Fonte: Mark Corroto (AllAboutJazz)

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