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sexta-feira, 6 de junho de 2025

BILL EVANS – IN NORWAY : THE KONGSBERG CONCERT (Elemental Music)

O lançamento de “In Norway: The Konsberg Concert” coincide com o sexagésimo aniversário do Konsberg Jazz Festival. Dupla causa para celebração. O fluxo constante de gravações arquivadas de Evans não mostra sinais de diminuição, com “In Norway: The Konsberg Concert”, gravado em 1970, vindo logo após o inédito “Bill Evans: Behind The Dikes: The 1969 Netherlands Recordings (2021)”, “Bill Evans: Treasures: Solo, Trio”, “Orchestra Recordings from Denmark (1965-1969) (2023) e “Tales: Live in Copenhagen (1964) (2023)”, são apenas lançamentos da Elemental Records. De fato, desde a morte de Evans, em 1980, uma dúzia de selos têm lançado mais de cinquenta caixas, gravações "completas" e shows inéditos em nome de Evans. Todos exploram Bill Evans, especialmente as gravadoras

O baixista Eddie Gómez estava no trio de Evans desde 1966. Entre sua chegada e nesta turnê europeia de 1970, Evans achou difícil manter um baterista, com Shelly Manne, Philly Joe Jones e Jack DeJohnette passando. Quando Marty Morrell uniu-se, em 1968, a Evans, decidiu-se pelo que viria a ser sua seção rítmica de maior tempo de serviço. Esta formação continuou até 1974. Embora juntos como uma unidade por apenas cerca de dois anos na época de sua aparição no Konsberg Jazz Festival, este trabalho claramente demonstra que o trio já tinha desenvolvido ouvidos afiados.

O encontro no The Kongsberg veio apenas uma semana após o trio ter tocado no Montreux Jazz Festival, lançado como “Montreux II (CTI, 1970)”. A performance anterior é, no principal, mais animada, e, com exceção de uma música, os dois repertórios são completamente diferentes, dando credibilidade à observação de Morrell de que Evans raramente compartilhava o repertório com seus músicos antes de um concerto e adaptava as músicas para atender ao seu público. Ainda, em Konsberg, há um conjunto típico de Evans que consiste em velhas joias como "Come Rain or Come Shine", "Autumn Leaves" e músicas de Miles Davis como "So What" e "Nardis", baladas requintadas, uma ou duas valsas e suínges de ritmo médio.

Embora a forma como Evans toca raramente alcance níveis inspiradores neste concerto, ele está, para ser justo, em fina forma. Ele brilha mais intensamente em uma versão animada de "34 Skidoo", em tempo médio, "Turn Out the Stars" e na balada "What are you Doing the Rest of your Life?". Na última, o trabalho de escovinhas de Morell é tão fino quanto a garoa. Os destaques, entretanto, são belamente versões interpretadas de "Some Other Time" (com seus tons melancólicos em "Blue In Green") e "Quiet Now" de Denny Zeitlin que Evans conduz habilmente através de mudanças de ritmo e humor. Gómez desfruta generoso tempo para solo, providenciando o ponto de apoio do trio em muitos aspectos, enquanto há o trabalho de escovinha de Morrell — que domina sua atuação aqui — que é uma delícia balançante.

Um livreto de 28 páginas oferece depoimentos esclarecedores de Gomez e Morrell, mais apreciações de Evans, Craig Taborn e Roy Hellvin, todos os quatro entrevistados pelo produtor Zev Feldman em 2024. Em adição, há uma entrevista com Evans conduzida pelo jornalista Randi Hilton em um dia após o concerto e uma instrutiva análise do jornalista Marcus Myers. Um eminente estudioso de Evans, a observação de Myers sobre a diferença na forma de tocar de Evans após trocar a heroína pela metadona no início de 1970 convida a uma audição, antes e depois, com novos ouvidos.

Faixas: Come Rain Or Come Shine; What Are You Doing The Rest Of Your Life?; 34 Skiddoo; Turn Out The Stars; Autumn Leaves; Quiet Now; So What; Gloria's Step; Emily; Midnight Mood; Who Can You Turn To?; Some Other Time; Nardis.

Músicos: Bill Evans (piano); Eddie Gomez (baixo); Marty Morell (bateria).

Fonte: Ian Patterson (AllAboutJazz)

 

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