“Echoes and Other Songs” é o primeiro lançamento do
guitarrista Mike Stern desde a perda do pianista, amigo e confidente, Jim Beard
em Março, 2024. Beard, talvez melhor conhecido por sua associação com Steely
Dan, aparece aqui como pianista, tecladista e produtor. Stern ele ainda está no
longo caminho para a recuperação após uma queda em 2016 que quebrou ambos os
braços e o deixou com danos nos nervos. Ele adaptou sua técnica e agora usa uma
solução caseira ao segurar sua palheta em vez de brincar com os dedos.
A criatividade de Stern o fez uma liderança expoente do jazz
e da guitarra fusion desde os anos 1970, atuando com Miles Davis, os Brecker
Brothers, Blood, Sweat & Tears e muito mais. O último herói da guitarra
para muitos, ele reuniu-se a um grupo excelente de colaboradores de alto nível
para interpretar onze de suas composições.
O álbum inicia com sua esposa, Leni Stern, dedilhando o
ngoni (NT: é um instrumento de corda originário da
África Ocidental. É um cordofone composto, ou seja, tem caixa de ressonância e
é tocado puxando as cordas. O seu corpo é feito de madeira ou cabaça e coberto
com pele de animal, como a cabra) em “Connections” de movimento rápido. O
sax tenor de Chris Potter chega antes de Stern tirar quaisquer dúvidas sobre
problemas físicos que afetam sua fluência na guitarra, oferecendo linhas e
dinâmicas rápidas. Um solo de Potter então combina com isto, como o baterista
António Sánchez e o baixista Christian McBride garantem que o ritmo não diminuirá.
Stern e McBride combinam construir a fundação em "Echoes". Isso se
desenvolve através do solo de sax melódico de Potter em uma das jornadas de
guitarra bem construídas de Stern, enquanto Sánchez, McBride e o percussionista
Arto Tuncboyacian constroem um poderoso balanço rítmico.
Os ritmos agitados da música com sabor latino "Where's
Leo?" encontram Sánchez e McBride em sua melhor forma, conforme Potter e
Stern combinam alcançar o ponto de fervura. "Could Be" tem um grande
trabalho de guitarra. Beard chega, o solo de baixo acústico de McBride brilha e
o solo de Potter lidera em inspirada interação com Stern. O passo muda
completamente na suave, mas cativante, "Gospel Song". O solo de Stern
lentamente se desenrola nesta balada americana. A contribuição de Beard é
sutilmente julgada como sempre, e Potter reúne-se brevemente no fechamento.
Há uma mudança distinta nos músicos em três faixas. O baixista
Richard Bona e o baterista Dennis Chambers tocaram com Pat Metheny em seu “Speaking
Of Now album (Warner Bros, 2002)”. Beard também excursionou com Metheny. Assim,
talvez não seja surpresa que "I Hope So" tenha um sentimento similar para
a sensação cinematográfica panorâmica que Metheny frequentemente gerou. Bona
contribui com alguns maravilhosos vocais sem palavras de inspiração africana e
o solo suave de Stern é perfeitamente julgado, como é o trabalho do sax soprano
de Bob Franceschini. O vocal sem palavras de Bona também enfeita o balanço funkeado
de "Curtis", uma homenagem a Curtis Mayfield. Stern se agrega à
mistura vocal. O mesmo grupo é destaque na fusão motriz de "Space
Bar". A guitarra de Stern está no seu melhor blues e corajoso e o tenor de
Franceschini está solto.
Estas sessões agitam-se com a eletricidade. As performances são
dominantes e a sensação palpável de prazer deve agradar tanto aos fãs de jazz
quanto aos aficionados da guitarra. A despeito da adversidade, este trabalho está
entre os melhores de Stern. É um trabalho impressionante, cheio de paixão, energia
robusta e experiência musical. Serve como uma despedida a um amigo e uma
dedicação à memória de Jim Beard.
Faixas; Connections;
Echoes; Stuff Happens; Space Bar; I Hope So; Where's Leo?; Gospel Song;
Crumbles; Curtis; Climate; Could Be.
Músicos:
Mike Stern (guitarra, coro); Chris Potter (saxofone tenor); Christian McBride
(baixo); Antonio Sánchez (bateria); Richard Bona (baixo elétrico, vocal); Dennis
Chambers (bateria); Bob Franceschini (saxofone tenor e soprano); Jim Beard (piano,
teclados); Arto Tuncboyacian (percussão); Leni Stern (ngoni).
Fonte: Neil
Duggan (AllAboutJazz)
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