O baterista veterano, Phil Haynes, um compositor e
improvisador prolífico que participou de quase 90 lançamentos de inúmeras
gravadoras americanas e europeias (incluindo sua própria gravadora Corner Store
Jazz), junta-se a dois de seus colaboradores de longa data - o guitarrista
elétrico Steve Salerno e o contrabaixista Drew Gress - na nova gravação
visceral em “Return To Electric”. O álbum não apenas reconecta Haynes com
velhos amigos de duas décadas vivendo e trabalhando em Nova York, mas também
realiza um sonho antigo de fazer um álbum de fusion — um que, em última
análise, sirva como um veículo para uma viagem no tempo nostálgico, porém
progressivo, de volta aos primeiros dias experimentais do gênero, inundado
pelos sons nervosos e icônicos da guitarra elétrica que o cativou e inspirou
quando jovem, chegando à maioridade no Oregon. O trio aborda clássicos do fusion
de Wayne Shorter (“Paraphernalia”), Chick Corea (“Crystal Silence”), John McLaughlin
(“Spectrum” e “Lotus On Irish Springs”) e George Russell (“Living Time”),
juntamente com originais de Haynes reaproveitados e um trio de curtas
“Cadenzas” solo improvisadas por cada membro da banda. Trechos de improvisação
livre abundam em “Return To Electric”, cujas 13 faixas de duração modesta
raramente se prendem a um balanço ou se mantêm em uma linha específica por
muito tempo. Livre de formas musicais rígidas, a música se move com uma pegada
orgânica, abordando desde atmosferas etéreas e rip-and-crunch (NT: pode ser descrito como o fim do universo) contundentes
até balanços funk da velha escola, desvios de suíngue descontraídos e uma
abordagem esparsa e exploratória de "caixa de areia" para
improvisação em grupo. Outro novo lançamento simultâneo, “Transition(s)”, marca
a estreia de Haynes em configuração em duo coliderado com o guitarrista Ben
Monder, um colega muito procurado na cena do centro de Nova York há um quarto
de século, que se juntava semirregularmente ao baterista para sessões informais
de improvisação que quase sempre culminavam em uma meditação sobre
“Transition”, a faixa-título do álbum de John Coltrane lançado postumamente em
1970. Aqui, a melodia serve como estrela-guia para um conjunto de peças de arte
arejadas e espaçosas — às vezes amorfas e atmosféricas, outras vezes tensas e
urgentes ou líricas e leves, todas construídas sobre um fluxo de comunicação
ainda vital, semelhante à telepatia, que, em retrospectiva, estava há muito
tempo atrasado para um despertar.
Faixas:
1.Crystal
Silence 02:57
2.Spectrum
04:00
3.Living
Time 01:22
4.Spell
05:58
5.Cadenza
(Haynes) 00:42
6.Paul /
Christian 03:34
7.Cycle
05:11
8.Eclipse
06:53
9.Cadenza
(Salerno) 00:34
10.Lotus
on Irish Springs 03:00
11.Some
Sick Slick 05:14
12.Cadenza
(Gress) 00:49
13.Paraphernalia 07:43
Músicos: Steve Salerno (guitarra); Drew Gress (baixo); Phil Haynes (bateria).
Fonte: Ed Enright
(DownBeat)
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