SHELLY MANNE & HIS MEN - JAZZ FROM THE PACIFIC NORTHWEST (Reel to Real)

Shelly Manne & His Men são apresentados em duas interações em gravações ao vivo no Monterey Jazz Festival em 1958 e um trabalho na The Penthouse, em Seattle, em 1966, intitulada Jazz From The Pacific Northwest, nunca lançadas anteriormente. Nesta edição de luxo limitada em um conjunto de 2 LPs de 180 gramas, coproduzido para lançamento pelos estimáveis ​​Zev Feldman e Cory Weeds, a banda cativou a audiência com melodias intricadas e improvisações vibrantes conduzidas pelo virtuosismo da bateria de Manne.

A banda no LP1 do Monterey Jazz Festival apresenta Shelly Manne na bateria, Monty Budwig no baixo, Russ Freeman no piano, Herb Geller no saxofone alto e Stu Williamson no trompete. O lado inicia com "Stop, Look and Listen" com a batida hi-hat (NT: Hi-hat é um termo utilizado no mundo da música para se referir a um dos componentes fundamentais de uma bateria ou de um kit de bateria. Trata-se de um par de pratos metálicos montados em um suporte vertical, que são acionados por meio de um pedal localizado no chão) de Manne estabelecendo o ritmo. Geller e Williamson constroem seus solos a partir de uma estrutura harmônica subjacente, com Freeman exibindo uma angularidade prazerosa. O saxofonista alto Charlie Mariano compôs "The Vamp's Blues". A música tem um balanço suingante que constrói   uma estrutura que cada músico entende e sobre a qual edifica seus solos com fluência e continuidade. O lado B é completamente tomada pelo saxofonista tenor e a composição estendida do arranjador Bill Holman "Quartet (Suite in Four Movements)", escrita especificamente para o grupo de Manne. Cada seção permite aos instrumentistas exibir suas versatilidades, seja o piano cintilante de Freeman no blues suingante de abertura ou o alto em tom suave de Geller no segundo. Na terceira seção, Manne dá uma aula magna na bateria, especialmente usando as baquetas nos tons junto com o bumbo. A seção final é iniciada em um ritmo alucinante apoiado pela bateria de Manne, com Geller, Freeman e Williamson atuando com expressiva energia e fúria.

Em dois turnos de gravação na The Penthouse em Seattle em 1966, os remanescentes da banda foram Manne (é claro) e Budwig, com os recém-chegados Conte Candoli no trompete, Hampton Hawes no piano e Frank Strozier na flauta e saxofone alto. Este novo grupo tocou com a mesma capacidade artística e versatilidade sem paralelo como a configuração anterior exemplificou na faixa de abertura, "Softly, As In A Morning Sunrise". A banda arrebenta os portões com solos feéricos de Strozier e Candoli conforme Manne mantem o balanço. A Budwig é concedido espaço para um extenso passeio na linha do baixo e algumas passagens complexas de Hawes. Em uma reviravolta incomum, Manne convidou a vocalista Ruth Price para apresentar alguns números, incluindo "Dearly Beloved" e "Surrey With The Fringe On Top". Houve um relacionamento musical entre os dois, conforme Price gravou um álbum em 1961 com a banda intitulado “Ruth Price with Shelly Manne & His Men at the Manne Hole (Concord Records)”. Price suinga brilhantemente em ambas as faixas em seu estilo íntimo inimitável, com bom alcance e fraseado.

Hampton Hawes era um pianista com um grande senso de suíngue e uma abordagem única ao tempo e à harmonia. Ele já havia gravado com Manne no lançamento de 1958, “Four! (Contemporary Records)”, com Hawes na posição de líder e o guitarrista Barney Kessel e o baixista Red Mitchell. Ele contribuiu com uma composição inédita, "Funny", para esta sessão, que abre com um longo solo de Candoli preenchido inicialmente com mudanças de blues, mas se move para uma forma mais direta conforme Manne muda o balanço. Hawes aproveita a bateria do Manne para uma excursão repleta de novos ângulos de engajamento. Independentemente dos membros da banda ou do local de apresentação, sua música permaneceu vibrante e relevante.

Faixas: Side A: Stop, Look and Listen; The Vamp's Blues. Side B: Quartet (Suite in Four Movements). Side C: Softly, As In A Morning Sunrise; Summertime; Dearly Beloved. Side D: Funny; Secret Love; Surrey With The Fringe On Top.

Músicos: Shelly Manne (bateria); Monty Budwig (baixo acústico); Russ Freeman (piano); Herb Geller (saxofone); Stu Williamson (trompete); Hampton Hawes (piano); Frank Strozier (saxofone alto); Conte Candoli (trompete); Ruth Price (vocal).

Fonte: Pierre Giroux (AllAboutJazz)