George Colligan é um mestre em seu ofício, de classe mundial
como pianista, tecladista, compositor, líder de banda e contador de histórias
musicais. Porém, não o vemos o suficiente porque ele também é um educador de
jazz de classe mundial, atuando como professor titular na Portland State
University no Oregon. Assim, quando ele vem para a cidade — seja com seu
próprio grupo ou trabalhando com acompanhantes, brilhando especialmente como
membro de longa data de grupos liderados pelo baterista Jack DeJohnette — você
tem que assistí-lo. Só para aguçar seu interesse, sua última gravação, “Live At
The Jazz Standard”, é uma introdução perfeita (ou um reencontro com) o trabalho
de Colligan. É uma bela demonstração de toda a sua habilidade artística e
elegância em um ambiente de trio onde ele vira o jogo e tem DeJohnette se
juntando a ele, junto com a sempre interessante Linda May Han Oh no baixo. O
que temos aqui é um fantástico conjunto de cinco músicas onde as músicas são
fantásticas, a musicalidade é especial e a chance de se estender e fazer solos
é incrível. O trabalho inicia com “Waiting For Solitude”. É aqui que a
narrativa musical de Colligan brilha. O ataque percussivo ataca e a interação entre
os três cria uma tensão angustiante, mas Colligan sabe exatamente onde liberar
e deslizar algumas belas exposições. Oh apresenta um maravilhoso solo de baixo
e você pode quase sentir os três músicos ouvirem e responderem a cada outro. Na
introdução de “Song For The Tarahumera”, Colligan pergunta à audiência se ela
conhece o livro Born To Run de Christopher McDougall, sobre um povo
indígena no México com habilidades extraordinárias como corredores de
resistência. Quando ninguém responde, ele diz, “Realmente? Nenhum entusiasta de
exercícios em casa?” Tudo isso também é engraçado. Com mais de 14 minutos, a
música é um teste de resistência, dando até a sensação de um ritmo acelerado
com DeJohnette iniciando a música com um longo e matador solo de bateria. Um
homem de família, Colligan apresenta a adorável “Her Majesty” em homenagem à
sua esposa, a talentosa pianista Kelly Politzer. Ele oferece “Liam’s Lament” como
homenagem a seu filho quando ele tinha dois anos. “Eu sei que lamentar parece forte
para uma criança de 2 anos” ele afirmou. “Você não conheceu meu filho. Ele é forte,
ele é um cara forte”. A melodia começa com Colligan tocando acordeão, nos
lembrando da beleza daquele instrumento. Porém, fiel ao título da música, ela
se transforma em uma espécie de birra musical (sinto, Liam) antes resolvendo. O trabalho conclui com “If A
Mountain Was Smooth, You Couldn’t Climb It”. É um número especial de
encerramento: edificante, majestoso e uma oportunidade para todos os três
músicos realmente brilharem. “Live At The Jazz Standard” oferece uma visão
maravilhosa do mundo musical de George Colligan. É um mundo cheio de grandes
canções tocadas por músicos incríveis, um mundo que coloca um sorriso em seu
rosto.
Faixas
1.Waiting
for Solitude 13:06
2.Song for
the Tarahumara Intro 01:01
3.Song
for the Tarahumara 14:58
4.Her
Majesty Intro 00:16
5.Her
Majesty 15:59
6.Liam's
Lament Intro 00:52
7.Liam's
Lament 08:42
8.If the
Mountan was Smooth 08:11
Músicos: George Colligan - piano, compositor; Linda May Han Oh – baixo; Jack DeJohnette – bateria.
Fonte:
Frank Alkyer (DownBeat)
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