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terça-feira, 21 de outubro de 2025

DOUG MACDONALD - SANTA MONICA SESSION

Doug MacDonald alguma vez dorme? Tire um dia de folga? Faça uma gravação ruim? De alguma forma, um ouvinte duvida disso. Originalmente da Filadélfia — lar de alguns bons guitarristas, certo? — MacDonald mudou-se para o Havaí, Las Vegas e depois para o sul da Califórnia. Sua discografia atual é impressionante, com pelo menos três dúzias de CDs, e MacDonald se apresenta 300 vezes por ano. Faça as contas. Ele se apresenta em média 5 dias em 6, nada mal para um músico com metade de sua idade — e MacDonald tem 71 anos. Ele tocou bop, pop e tantos formatos quanto você pode imaginar, embora seu trabalho atual seja principalmente para pequenos grupos. Enquanto MacDonald apresenta muitos standards, ele também escreve e consegue manter alguns dos melhores músicos do sul da Califórnia ocupados com ele. Muita coisa passou pelos ouvidos de MacDonald, incluindo Herb Ellis e Barney Kessel, e, em alguns momentos, o músico de estúdio de Los Angeles, Bob Bain. O que sai é apenas uma mistura gloriosamente inventiva de sons, sensações, gêneros e harmonias. Some-se a isso o suingue dele. Pesado.

O que mais se pode pedir? Unicórnios?

Algumas faixas da gravação podem dar ao ouvinte uma boa ideia do projeto como um todo. Qualquer um que seja fã de Sonny Rollins e "Pent Up House" em particular, vai gostar deste tratamento latino, especialmente uma introdução muito curiosa. Falando sobre desorientação. O solo de MacDonald é especialmente inventivo e, com a combinação de acordes do órgão de Bill Cantos, é livre para ir a qualquer lugar. E faz isso, com um ponto de exclamação! Tudo chega a uma conclusão arqueada, impulsionada por Kevin Winard e Hussain Jiffry. Quantas vezes um "Walkin" de ritmo médio pode ser persuasivo? MacDonald inicia seu solo com uma espécie de frase do tipo "deixe-me contar do que se trata", seguida por uma miríade de citações, quase citações e uma liberação muito diferente no refrão fino. "Perdido" como um montuno (NT: um gênero musical cubano, um estilo de son que deu origem à salsa)? Por que não? O tema não surge até o segundo refrão, desta vez com Cantos assumindo a liderança e o ritmo mudando do latino para o quatro direto, e vice-versa. Com talvez "Tea for Two" incluído como medida.

O que torna toda essa gravação tão divertida é ouvir a inventividade com a qual o material conhecido é tratado. Parece natural, não forçado, nem artificial, nem apenas um artifício para fazer a diferença. Provavelmente existem maneiras muito piores de passar uma tarde alinhando os CDs recentes de MacDonald em um aparelho e apenas batendo os pés. Ou talvez uma noite de música ao vivo em um de seus shows se algum lugar no SoCal (NT: é a abreviação informal do Sul da Califórnia [Southern California em inglês], uma região geográfica e cultural que engloba a porção sul do estado da Califórnia, nos Estados Unidos), se for seu lar.

Faixas: Lady Bird; Minor Makeup; Prisoner of Love; Tele Time; Walkin'; Pent Up House; dmac; Perdido.

Músicos: Doug MacDonald (guitarra); Bill Cantos (piano); Hussain Jiffry (baixo); Kevin Winard (percussão).

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=uCUuaKOr9Ts

Fonte: Richard J Salvucci (AllAboutJazz) 

 

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