Doug MacDonald alguma vez dorme? Tire um dia de folga? Faça
uma gravação ruim? De alguma forma, um ouvinte duvida disso. Originalmente da
Filadélfia — lar de alguns bons guitarristas, certo? — MacDonald mudou-se para
o Havaí, Las Vegas e depois para o sul da Califórnia. Sua discografia atual é
impressionante, com pelo menos três dúzias de CDs, e MacDonald se apresenta 300
vezes por ano. Faça as contas. Ele se apresenta em média 5 dias em 6, nada mal
para um músico com metade de sua idade — e MacDonald tem 71 anos. Ele tocou
bop, pop e tantos formatos quanto você pode imaginar, embora seu trabalho atual
seja principalmente para pequenos grupos. Enquanto MacDonald apresenta muitos standards,
ele também escreve e consegue manter alguns dos melhores músicos do sul da
Califórnia ocupados com ele. Muita coisa passou pelos ouvidos de MacDonald,
incluindo Herb Ellis e Barney Kessel, e, em alguns momentos, o músico de
estúdio de Los Angeles, Bob Bain. O que sai é apenas uma mistura gloriosamente
inventiva de sons, sensações, gêneros e harmonias. Some-se a isso o suingue
dele. Pesado.
O que mais se pode pedir? Unicórnios?
Algumas faixas da gravação podem dar ao ouvinte uma boa
ideia do projeto como um todo. Qualquer um que seja fã de Sonny Rollins e
"Pent Up House" em particular, vai gostar deste tratamento latino,
especialmente uma introdução muito curiosa. Falando sobre desorientação. O solo
de MacDonald é especialmente inventivo e, com a combinação de acordes do órgão
de Bill Cantos, é livre para ir a qualquer lugar. E faz isso, com um ponto de exclamação! Tudo
chega a uma conclusão arqueada, impulsionada por Kevin Winard e Hussain Jiffry.
Quantas vezes um "Walkin" de ritmo médio pode ser persuasivo? MacDonald
inicia seu solo com uma espécie de frase do tipo "deixe-me contar do que
se trata", seguida por uma miríade de citações, quase citações e uma
liberação muito diferente no refrão fino. "Perdido" como um montuno (NT: um gênero musical cubano, um estilo de son que deu origem
à salsa)? Por que não? O
tema não surge até o segundo refrão, desta vez com Cantos assumindo a liderança
e o ritmo mudando do latino para o quatro direto, e vice-versa. Com talvez
"Tea for Two" incluído como medida.
O que torna toda essa gravação tão divertida é ouvir a
inventividade com a qual o material conhecido é tratado. Parece natural, não
forçado, nem artificial, nem apenas um artifício para fazer a diferença. Provavelmente
existem maneiras muito piores de passar uma tarde alinhando os CDs recentes de
MacDonald em um aparelho e apenas batendo os pés. Ou talvez uma noite de música
ao vivo em um de seus shows se algum lugar no SoCal (NT:
é a abreviação informal do Sul da Califórnia [Southern California em inglês],
uma região geográfica e cultural que engloba a porção sul do estado da
Califórnia, nos Estados Unidos), se for seu lar.
Faixas: Lady
Bird; Minor Makeup; Prisoner of Love; Tele Time; Walkin'; Pent Up House; dmac;
Perdido.
Músicos: Doug MacDonald (guitarra); Bill Cantos (piano);
Hussain Jiffry (baixo); Kevin Winard (percussão).
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=uCUuaKOr9Ts
Fonte: Richard
J Salvucci (AllAboutJazz)
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