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terça-feira, 16 de dezembro de 2025

DAVID ROBBINS BIG BAND - HAPPY FACES (Cellar Music Group)

O lançamento de “Happy Faces” pela Dave Robbins Big Band é um marco na história do jazz em Vancouver, Colúmbia Britânica. Mais do que uma simples gravação de arquivo, esta edição reveladora celebra o legado duradouro de uma figura seminal que moldou o rumo do jazz de grandes grupos no Canadá e em outros países. Robbins, trombonista, compositor e líder de banda visionário, foi uma força criativa cujas contribuições ainda ressoam nos dias de hoje.

Desde os primeiros momentos da faixa-título, "Happy Faces", uma composição de Sonny Stitt com arranjo de Quincy Jones, a banda demonstra elegância e suíngue, impulsionada por um trabalho de grupo preciso e uma interação fluida entre os músicos. O saxofonista tenor Fraser MacPherson oferece um solo estelar. O baixista Paul Ruhland compôs "Playa del Ray", que evoca as gravações da grande orquestra de Gil Evans, repletas de sofisticação harmônica e complexidade rítmica. Há solos notáveis ​​do pianista Chris Gage, de Robbins e MacPherson.

A "Minority" aqui apresentada não é a conhecida composição de Gigi Gryce, mas sim uma escrita por Al MacMillan, radicado em Vancouver. É uma obra meticulosamente elaborada, que não teme explorar a complexidade rítmica, proporcionando espaço para o solo com surdina do trompetista Don Clarke. Outra composição de MacMillan é "Westcoasting", uma música eletrizante impulsionada pela dinâmica percussão de Al Johnson. O breve, mas impressionante solo de saxofone alto é de Dave Quarin. MacMillan continua sua sequência de vitórias com seu arranjo de "Asiatic Raes", uma música hard bop do trompetista Kenny Dorham, uma contrafacção baseada nas mudanças de acordes de "Lotus Blossom" de Billy Strayhorn. As seções de metais e sopros estabelecem um diálogo preciso e executam solos expressivos conforme necessário.

Uma sequência de faixas intrigantes destaca "Reflections", de Ruhland, e "Canto de Oriole", de Dick Grove. Ambas as peças sobrepõem texturas e cores com vozes ricas e dinâmicas sutilmente variáveis, ​​que revelam novas profundidades a cada audição. Essa última, em particular, incorpora a atmosfera de “Evans Sketches of Spain (Columbia Records, 1960)”, com o trompetista Bobby Hales servindo como um avatar excepcional para Miles Davis. Embora gravada há décadas, a música mantém uma qualidade fresca e inovadora. Os arranjos antecipam as tendências contemporâneas de grandes grupos, com uma linguagem harmônica ousada e estruturas arrojadas. A faixa de encerramento, "Africa Lights", completa o ciclo da intenção musical de Dave Robbins, reafirmando seu lugar como um pioneiro que ajudou a definir a identidade do jazz em Vancouver.

Faixas: Jazz Workshop Theme; Happy Faces; Playa del Ray; Minority; Have Vine Will Swing; Westcoasting; Asiatic Raes; Reflections; Canto de Oriole; March Winds Blow; Spring Is Here; Sixes & Sevens; Africa Lights; Jazz Workshop Theme.

Músicos: David Robbins (trombone, trompete, líder); Steve Barnett, Arnie Chycoski, Carse Sneddon, Don Clark, Bobby Hales, Dick Forrest; Dave Quarin (sax alto); Fraser MacPherson (sax tenor,flauta); Wally Snider (sax barítono,clarinete); Doug Kent (French horn); Chris Gage (piano); Don Thompson, Paul Ruhland (baixo); Al Johnson (bateria).

Fonte: Pierre Giroux (AllAboutJazz)

 

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