O saxofonista tenor Ivo Perelman é um dos improvisadores
contemporâneos mais talentosos. O tamanho de sua produção só é rivalizado pela
extensão de sua imaginação. O violinista Gabby Fluke-Mogul é um inovador
intrépido que, em apenas alguns anos, estabeleceu-se como uma força a ser
enfrentada. Ambos os artistas prosperam em duetos, então seu conjunto
espontâneo Joy, o segundo volume da série Duologues de Perelman, é
perfeitamente coeso e bastante estimulante.
Esta suíte de nove partes começa com trocas curtas que
oscilam entre si. Os músicos permanecem nos registros mais agudos de seus
instrumentos. O diálogo torna-se cada vez mais dissonante, mas o ambiente
permanece pastoral. Fluke-Mogul contrapõe o tenor lamentoso de Perelman com
seus toques em pizzicato, resultando em um contraste sonoro intrigante. "One"
conclui com uma nota tumultuada.
Na segunda faixa, o violino de Fluke-Mogul tem melancolia
folclórica, enquanto o tenor de Perelman é contemplativo e sombrio. As
reflexões paralelas terminam em um clímax emocionante, composto por uma mistura
de gritos agudos de tenor e cordas percutidas. Em contraste, "Three" inicia
com o zumbido melancólico de Fluke-Mogul, sobre o qual Perelman tece uma
serenata sinuosa e insinuante. Em resposta à improvisação lânguida, mas
apaixonada, do saxofonista, o violinista toca frases ondulantes com toques de
lirismo oriental.
Esse tipo de sinergia emocionante, onde um artista antecipa
o outro e desenvolve suas ideias, abunda em todo o álbum. De fato, esse tipo de
dinamismo dá à música sua urgência e organicidade. Isto o torna uma entidade
viva e respirante. Por instante, em "Seven", Perelman baseia-se nos
tons queixosos de Fluke-Mogul com versos breves e tristes. O violinista, por
sua vez, apoia o tenor reflexivo de Perelman com seu violino vibrante. Em
seguida, o par se envolve brevemente em uma réplica angular semelhante a uma
marcha que é simultaneamente exuberante e introspectiva. Lentamente, a conversação
assume toques de blues, com fragmentos melódicos que lembram o jazz antigo.
Como o título sugere, este é, em geral, um encontro
comemorativo e edificante de mentes. Perelman, uniformemente, cria improvisações
brilhantes conforme ele é um vigoroso incansável em ação. Fluke-Mogul, mais
jovem, pleno de talento e sofisticação, acompanha habilmente o saxofonista
experiente. O resultado é uma joia criativa, que exige e recompensa uma escuta
atenta.
Faixas: One;
Two; Three; Four; Five; Six; Seven; Eight; Nine.
Músicos: Ivo Perelman (saxofone tenor); Gabby Fluke-Mogul
(violino).
Fonte: Hrayr
Attarian (AllAboutJazz)

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