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quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Lembranças de um outro Jobim

Paulo Jobim, em sua última passagem pelo Ceará, lembrou o legado do pai durante Festival Jazz & Blues de Guaramiranga.
Aos 10 anos de morte do maestro, Paulo Jobim, seu filho, lembrou sua vida e obraEm 2004, a lembrança dos 10 anos desde o “encantamento” do maestro soberano. Ocasião em que o Caderno 3 conversou com Paulo Jobim, filho do maestro, músico que por muitos anos atuou ao lado do pai, a cuja memória se dedica, no Instituto Antonio Carlos Jobim, em pleno Jardim Botânico carioca. E que em 2005 brindaria os cearenses com sua presença no Festival Jazz & Blues de Guaramiranga, naquele ano homenageando o autor de “Corcovado”, “Samba do avião”, “Ana Luíza”, entre tantas canções que parecem ter nascido com a gente. A seguir, dedos daquela prosa:Saudades de TomCom o tempo, você digere a coisa de uma maneira melhor. Mas a saudade não diminui. E é legal ver o interesse do público, ver que isso continua existindo. A gente tá sendo muito procurado, pra falar sobre ele. Isso também te dá uma sensação boa.O acervo de TomAparece muita coisa que ninguém conhecia... A gente não pode esperar isso toda hora, porque não vão existir milhares de discos prontos escondidos debaixo da mesa. Mas tem muita coisa interessante. Tem uma grande quantidade de manuscritos não identificados, que eu vou ter que dar uma olhada, pra identificar aquilo, eventualmente achar uma música que não foi gravada.´Antonio Brasileiro´ - O discoAcho o “Antonio Brasileiro” um disco assim bem aberto. Até fiz uma certa força pra isso. Tem coisas instrumentais, coisas quase clássicas. E ao mesmo tempo tem samba, tem Caymmi... É um disco bem variado. Acho que o caminho dele ia por aí.O que Tom não fezUma coisa que eu tinha muita vontade de ter feito era ele tocando outros compositores que ele gostava. Tem umas coisas boas do (Almir) Chediak nessa linha, o “Minha alma canta”, que a gente vai relançar agora por esse selo (Jobim Music). Tem também um programa do Nelson Pereira (dos Santos), que estamos tentando recuperar, onde ele toca Ary Barroso, Pixinguinha, Radamés... Um programa sobre música brasileira em geral, na verdade foram quatro programas que ele fez, pra Manchete. Estamos procurando uma cópia boa, que permita recuperar esse material.Direitos autoraisA gente tá com isso bem organizado, mas você sempre tem problemas pelo mundo afora. Dá muito trabalho você verificar em cada país o que tá acontecendo. Mas é um trabalho infernal ficar verificando essas coisas e procurando arrecadar direitos. Realmente, talvez seja a parte mais chata da história.Autorização para versõesA gente reluta muito em autorizar. Há pouco tempo a gente autorizou alguma coisa em espanhol, mas a gente sempre fica muito desconfiado. Ele se preocupou tanto com isso que a gente não gosta muito. Inclusive porque esses troços criam problemas também, na hora de se arrecadar direito dessas coisas. De vez em quando aparece um versionista que fica recebendo todos os direitos da música.Obra eternaAcho que a música se mantém porque é boa, porque ele trabalhou muito em cima e caprichou, né? E ela também é simples, apesar de ter um lado sofisticado. A pessoa ouvir a música dele, é uma música simples, boa de ouvir, não acho complicada, ou que assuste pela complicação. Tem muita música mais complicada, que realmente assusta o freguês (risos)... DALWTON MOURA Repórter - Diário do Nordeste, Fortaleza/Ce

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