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segunda-feira, 7 de julho de 2008

Count Basie encontrou a pureza das big bands



Frank Sinatra e Count Basie (na foto)


VINICIUS MESQUITA
Editor-assistente da Home Page do UOL


Count Basie, o 'herdeiro' do bandleader Bennie Moten, virou celebridade nos anos 1930 por criar a estrutura perfeita para uma orquestra de jazz. Criativo e autodidata, porém pouco virtuoso, o pianista Basie tinha como principal objetivo fazer o swing divertir. Os duelos entre os saxofonistas, os solos extravagantes e o ritmo correto, simples, mas cheio de ginga, eram apenas alguns dos ingredientes escolhidos por Basie para desenhar a orquestra mais energética de seu tempo


Comparado a Duke Ellington, Fletcher Henderson e Benny Goodman, Basie poderia parecer mais despretensioso e menos inventivo, mas seu alcance foi invejável. Aclamado pelos melhores instrumentistas e idolatrado pelos fãs do jazz, Basie conseguiu manter sua banda viva por 50 anos, entre 1935 e 1984, mesmo em épocas quando ninguém pretendia pagar algum trocado para apreciar o som das orquestras. Count Basie revelou Lester Young, um dos melhores saxofonistas de todos os tempos, apadrinhou a cantora Billie Holiday, sustentou músicos como Freddie Green (guitarra), Jo Jones (bateria), Buck Clayton (trompete) e Walter Page (baixo), abriu espaço para Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan, Tony Bennett e Sammy Davis Jr.e gravou várias vezes com Frank Sinatra.


Depois da Segunda Guerra Mundial, quando o swing perdeu força para o novato bebop, Basie soube se reciclar, alterando o formato de sua orquestra e incluindo alguns fundamentos do rock e do rhythm and blues em sua música. Gravou espetáculos ao vivo em Nova York com a participação da brilhante geração de Dizzy Gillpespie, Charlie Parker e Miles Davis. Manteve-se na ativa até 1984, quando morreu, aos 79 anos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Sou professor de Comunicação e Cultura numa faculdade de Lisboa e o que eu sinto é que a nova geração que se interessa por jazz vai perdendo referências como Count Basie. Como escreves, ele encontrou a pureza das big bands e deu um enorme salto em frente. Só lamento que os mais novos não consigam abarcar a grandeza do génio. Nas minhas aulas, tento combater essa falha com alguns discos de vinil que tenho em casa. Outras vezes, ponho nas aulas o canal do Cotonete dedicado aos anos 20, 30 e 40 - uma época muito pouco explorada nas rádios e espaços dedicados ao género. http://cotonete.clix.pt/listen/wmp_player.asp?template_path=/listen/&version=7&audio_sub_type_id=11