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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

CELEBRAÇÃO PARA ART BLAKEY


Entre 3 e 6 de Dezembro, ex- integrantes do “The Jazz Messengers”, no “Iridium Jazz Club” em Nova York, tocarão a música do álbum “Golden Boy” de Art Blakey, (na foto). para celebrar os seus 90 anos. Entretanto, o título do álbum está mais associado a Sammy Davis Jr. do que a Art Blakey. O disco “Golden Boy” do “The Jazz Messengers” foi, aparentemente, uma das gravações favoritas de Blakey. Em 1963, Blakey solicitou aos integrantes da banda,Wayne Shorter, Cedar Walton e Curtis Fuller para elaborar arranjos a partir de material de um musical da Broadway que tinha iniciado com Sammy Davis Jr. no papel de um relutante boxeador, Joe Bonaparte, cujos punhos terminam sendo usados mais para a violência e destruição do que para a criatividade de sua arte. A peça foi originalmente escrita por Clifford Odets em 1937 com o personagem tendo características de um ítalo-americano, mas Hillard Elkins preparou a produção com afro-americanos e solicitou a Odets para montar o texto como um musical, com Charles Strouse compondo as músicas. Entretanto, Odets faleceu antes do final da produção, e o musical veio a ser um sucesso popular e de crítica dentro de um contexto onde ocorriam violentos conflitos raciais , onde eram observados o poder e a complexidade do movimento pelos Direitos Civis.

“The Jazz Messengers” naquela época apresentava, talvez, sua mais famosa formação com Freddie Hubbard no trompete, Wayne Shorter nos saxofones, Curtis Fuller no trombone, Cedar Walton no piano e Reggie Workman no baixo. Com condições para tocar os arranjos mais intricados para a gravação, o grupo foi expandido com os acréscimos de Lee Morgan no segundo trompete, Charles Davis no saxofone barítono, Julius Watkins na trompa e Bill Barber na tuba. Lançado em 1963 pelo selo “Colpix” como uma seleção do filme “Golden Boy”, o álbum não pareceu se beneficiar do enorme sucesso do musical, talvez porque os arranjos da banda eram diferentes daqueles da peça ou, talvez, porque a música partia de um grupo que tinha estilo e repertório próprio. De todo modo, o disco veio a ser um dos mais obscuros de Blakey ao longo da sua variada discografia. Ele nunca foi lançado em CD.

O trompetista, compositor e arranjador David Weiss desejava homenagear Blakey. “Golden Boy sempre foi um álbum que me intrigou” disse Weiss. “Eu também lembro que Blakey frequentemente mencionava que esta era sua gravação preferida.Ela nunca foi apresentada ao vivo e o disco de Blakey permanece obscuro. Eu imaginei que trazer à cena este material seria mais interessante do que apresentar “Blues March” ou outro tema de Blakey, que não soaria direito sem ele na bateria. É uma grande gravação e exemplo das composições iniciais de grandes autores como Wayne Shorter, Cedar Walton e Curtis Fuller, escrevendo para um grande grupo. Os arranjos de Wayne Shorter são particularmente incríveis e mostra que o seu modo de compor para grandes grupos já estava em estágio avançado”.

Weiss, cuidadosamente, transcreveu a música da gravação original para uma performance no Iridium em 2008. Para as exibições desta semana, a banda será composta pelo arranjador original e seu membro, Fuller, com um conjunto de feras que trabalhou com Blakey durante anos: Louis Hayes (bateria), Mulgrew Miller (piano), Peter Washington (baixo), Donald Harrison (sax alto), Javon Jackson (sax tenor), Jeremy Pelt (trompete), Steve Davis (trombone), Howard Johnson (tuba), Mark Taylor (trompa) e Jason Marshall (sax barítono).

Fonte : JazzTimes / Lee Mergner

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