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segunda-feira, 11 de abril de 2011

JIM HALL & JOEY BARON – CONVERSATIONS (ArtistShare [2010])



A arte do duo não é nada novo para a legenda da guitarra, Jim Hall. Seus encontros com o baixista Ron Carter empolgou os fãs do jazz por décadas. Mais recentemente os encontros musicais mano a mano com artistas igualmente sublimes, como o pianista Geoffrey Keezer e o guitarrista Bill Frisell, têm produzido trabalhos desafiantes e permanecem com larga audiência. “Conversations” — encontro em estúdio de Hall com o baterista Joey Baron— se encaixa na mesma categorial . As quinze faixas apresentadas são singulares , além de serem afetuosas, com uma miscelânea de material.


O álbum iicia com uma sensacional, e lamentavelmente curta, pegada em "Bag's Groove". Um profundo e irreprimível núcleo rítmico é apresentado e sugere que Jim Hall tem força para soar como uma banda em jam session. Embora os músicos tenham produzido grande quantidade de material para um tempo reduzido , o diálogo permanece mais profundo e a pegada é colocada de lado por um instante. "Reinhardt" não tem uma genuina inclinação cigana e a música é livre, mas ritmicamente centrada. O som que se espalha—com oposto ao que se descreve—estão em todos os lugares em "Pollock" e os músicos permanecem seguros com suas ressonâncias. Hall alterna sensibilidades com alusões a harpa e linhas a la Bill Frisell no início da faixa título. O melódico som dos pratos de Baron e a calibrada pegada encerra-se amalgamado em um ente que evolui através do restante da canção.


"Ballad Painting" é tudo sobre as explorações de Hall sobre uma ampla perspectiva, porém a real descrição da balada vem mais tarde no álbum com "Pocketful Of Change" de Baron. "What If" inicia com uma série de solos livremente executados em segmentos. A intimidade de Baron com Elvin Jones surge durante sua primeira manifestação após Hall mostrar o seu jeito. Finalmente ,eles se encontram em uma balbúrida barulhenta . As alternâncias de Hall entre acordes maravilhosamente dedilhados e notas simples são o foco em "In Repose" e Baron providencia o uso sombrio matizado dos pratos sob o perseverante trabalho do guitarrista em "Monet."


Uma firme e explosiva presença da bateria e algum toque rústico de guitarra vem para a frente durante os quarenta e sete segundos de "Uncle Ed" e esta faixa sinaliza o retorno da pegada. O exotismo de "Safari" é suportado pelo ótimo vigor de Baron em sua sexta nota sustentada no seu trabalho no hi-hat em "Travelogue" , sendo central para o sucesso da música. Uma curta viagem através de "St. Thomas" apresenta mais um vigoroso trabalho de Baron, e um lado diferente deste duo emerge na faixa bônus ("Time") que encerra o disco. "Time" começa dispersa e em tensa zona, e seria fácil imaginar esta música como uma trilha sonora alternativa para uma cena prévia de um tiroteio em um filme de Sergio Leone . No final das contas , o tempo assume em um mais ordenado senso de ritmo e a melodia surge. Baron e Hall são exploradores sem descanso e pintores musicalmente sensíveis. “Conversations” facilmente atesta estes fatos.


Faixas: Bag's Groove: Reinhardt; Pollock; Conversations; Ballad Painting; What If?; In Repose; Uncle Ed; Safari; Monet; Travelogue; At Sea; St. Thomas; Pocketful Of Change; Time.


Músicos: Jim Hall: guitarra; Joey Baron: bateria.


Fonte : All About Jazz / Dan Bilawsky


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