Superando o hiato de três anos sem gravar, a cantora
Luciana Souza retorna com dois álbuns: a montagem final da sua
trilogia de duos com voz e violão, pela qual foi nominada ao Grammy e um tributo
a Chet Baker, ambos produzidos por seu marido , Larry Klein.
O tempo fora dos estúdios nada fez para diminuir a proficiência
de Luciana Souza. A força e a beleza da sua incomparável sonoridade estão, se
é que se pode dizer, mas empolgante que nunca. A abordagem de Souza e Klein permanecem inalterada : um
repertório completo de músicas brasileiras, aqui se destacando Jobim e Gilberto
Gil, gravado em estúdio sem qualquer recurso extra. Nas sessões anteriores de “
Duos”, Souza interpretou uma composição de Horta. Aqui, com Horta tocando guitarra
flamenca , ela inclui duas: a
requisitada “Pedra da Lua” , que apresenta Horta como parceiro vocal de
Luciana Souza e a espécie de hino , “Beijo Partido”.
Horta também impusiona a apimentada abertura, “Tim Tim Por
Tim Tim”, e esplendidamente intensifica a
beleza tranquila de “Inútil Paisagem” de Jobim.
A capacidade composicional de Marco Pereira, também , está representado
em sua ebuliente “Dona Lu” , destaque
superior entre as faixas do álbum. Optando por um violão de sete cordas, Pereira
junta-se a Luciana Souza na terna “Chora Coração” de Jobim e na radiante “Eu Vim da Bahia” de
Gilberto Gil. Lubambo, que compartilha a maioria das estórias com Luciana
Souza, outra vez demonstra a profundidade da maravilhosa química entre eles. “Doralice” interpretada de forma mais veloz é
brilhante e “Dindi” é suave e introspectivamente melancólica, sendo uma das
mais finas interpretações já gravadas.
Se “Duos III” envolve
Souza no sol brasileiro e em seu calor, “The Book of Chet “ assume um lugar
mais sombrio. Baker pode, mais que Billie Holiday, ser traiçoeiro para
explorar. Há sempre a tentação de tolerar aspectos trágicos da sua
personalidade pessoa para colorir qualquer interpretação. Os vocais mundanos de
Baker, seu senso de instabilidade, faz com os que façam únicos e
permanentemente emocionais. Porém ele poderia ser singularmente afetivo e
frequentemente sexy em suas leituras.
Fonte:
JazzTimes / Christopher Loudon
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