Jimmy Scott, cuja distinta voz de soprano—causada por uma rara condição genética
chamada Sindrome de Kallmann — deu à sua música uma pureza e mocidade mesmo na
velhice, faleceu em 12 de Junho em sua casa em Las Vegas, enquanto dormia. Sua
morte, cuja causa ainda não foi revelada, foi confirmada por uma amigo da família.
Scott tinha 88 anos.
Nascido James Victor Scott, em Cleveland, Ohio, em 17 de Julho de 1925, um dos 10 filhos, “Little”
Jimmy Scott, como ele era conhecido no início da carreira, nasceu dentro
das condições anteriormente mencionada , que retardou seu crescimento físico e
o fez incapaz de alcançar a puberdade. Como resultado, a voz de Scott era
invulgarmente aguda para um adulto masculino, entretanto ele a utilizou como
uma vantagem no palco e nas gravações que ele fez , iniciando no final dos anos
40 com a Orquestra de Lionel Hampton, Charlie Parker e outros. O atrativo de Scott
cruzou o jazz para o nascente mundo do rhythm
and blues(R&B), e seu disco com Hampton , em 1950, pela Decca ,
“Everybody’s Somebody’s Fool” , alcançou a lista dos 10 mais da Billboard em R&B (Scott não foi creditado pela da gravadora, entretanto).
Scott gravou sob seu próprio nome em 1951, lançando seu
disco de estreia,” Very Truly Yours”, pela Savoy em 1955. Porém, no início dos
60, após um álbum que ele gravou para o selo de Ray Charles, ficou obscurecido
por questões contratuais, assim ele desistiu da
música e começou a trabalhar em vários empregos fora da indústria de
entretenimento. Ele lançou novos álbuns
em 1969 e 1975, porém eles não foram
divulgados.
Scott começou atuando em clubes outra vez em 1985 e, em 1991,
cantou no funeral de seu velho amigo, o compositor Doc Pomus, e subsequentemente
foi abordado pelo presidente da Sire Records , Seymour Stein, que
expressou interesse em gravá-lo outra vez . Scott lançou um álbum intitulado “All
the Way” em 1992, e , em seguida, o
interesse no vocalista cresceu. Ele foi patrocinado
por artistas de rock, tais como Lou Reed (Scott cantou no álbum “Magic and Loss”
de Reed) e David Byrne, e o diretor David Lynch utilizou-o na tela e na trilha
sonora da sua popular série de TV, Twin
Peaks.
Scott continuou a gravar para a Sire, depois para a Milestone
e outros selos no início dos anos 2000. Um documentário, Jimmy
Scott: If You Only Knew, foi produzido em 2002 e exibido em estações da PBS . Uma biografia, “Faith in Time: The Life of Jimmy Scott (DaCapo)”, de David
Ritz, foi publicada no mesmo ano. Diversas compilações de álbuns iniciais
e dos seus últimos trabalhos foram lançadas por vários selos, incluindo “
Someone To Watch Over Me”, pela Warner Bros., e uma coleção pela Rhino ,” Lost
and Found”. Jimmy Scott foi nomeado um Mestre do Jazz pela NEA em 2007.
Fonte: Jeff
Tamarkin (JazzTimes)
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