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sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

WES MONTGOMERY – IN THE BEGINNING (Resonance Records)

Próximo ao final de “In the Beginning”, os dois excelentes novos CDs (ou três LPs) compreendendo a música do início da carreira do guitarrista Wes Montgomery, o saxofonista tenor Alonzo “Pookie” Johnson sola em “All the Things You Are”. É um show ao vivo, o ano é de 1957, e a improvisação é um acontecimento completo. Johnson tem um extenso e robusto som, ele toca com alma e sentimento, ele está focado. Há pouco campo para melhoria. Porém isto só é verdadeiro, se você ouvir o solo fora do contexto. Porque justo antes de Johnson atuar, Montgomery realiza um solo que simplesmente não pode ser seguido. É brilhante, claro, esperto e rápido. Efervesce e explode com segurança e força. É triturante. Não há meio de Johnson batê-lo. E  Montgomery faz esta espécie de coisa diversas vezes em “Beginning”, que reúne performances ao vivo e em estúdio entre 1949 e 1958. De fato, a coisa mais tocante neste álbum duplo é a consistência com a qual Montgomery toca. Como ele faz para se colocar dentro da música, canção após canção?

O mais robusto trecho do trabalho são os 30 minutos que abrem o disco dois. Gravado ao vivo no Missile Lounge em Indianápolis em 22 de Novembro de 1958, estas três faixas —“Soft Winds”, “Robbins’ Nest” e “A Night in Tunisia”—apresentam uma banda assombrosa: Montgomery na guitarra, o firme Paul Parker na bateria, Melvin Rhyne ou Richie Crabtree no piano e Flip Stewart ou o irmão de Montgomery, Monk Montgomery, no baixo. O grupo realmente balança , mesmo a linha de frente mudando levemente , o sentimento é de uma banda, e tudo isto lança Wes para o alto em Beginning. O solo de Montgomery em “Soft Winds” é espetacular. Quando as coisas diminuem a velocidade, “Winds” suinga em tempo médio e o guitarrista realmente encontra espaço e tempo para voar. Mais, o som que estes homens realizam é jubiloso. O que poderia ser mais importante ?.

Um quinteto com faixas curtas gravadas em um estúdio em 15 de Junho de 1955, em Nova York está próximo da excelência. Apresentando os irmãos Montgomery (Wes na guitarra, Monk no baixo e Buddy no piano) e dois Johnsons não aparentados (“Pookie” no tenor e Sonny na bateria), as cinco faixas carregam um expressivo vigor, especialmente em “Love for Sale”. E há um rápida escorregadela da guitarra em “Undecided”, que diz mais em cinco segundos do que a maioria dos músicos comunicam em um ano.

Há poucas incursões vocais em “Beginning”, também, e uma em particular se sobressai. Em 8 de Novembro de 1956, no Turf Club em Indianapolis— quase todo o disco um é de diferentes noites no Turf Club— a cantora Debbie Andrews junta-se ao quarteto de Wes, Buddy, do baixista John Dale e do baterista Sonny Johnson. Porém, em “I Should Care” , todos, salvo Wes, expõem-se e é inesquecível. A robusta voz de Andrews e a guitarra lacrimosa de Montgomery é um embate feito no céu. Todos merecem atenção.

Uma última coisa para observar em “Beginning” são as baladas. Canção lenta após canção lenta, Montgomery exibe-nos o que ele pode fazer quando o tempo das entonações desvanece. Talvez a medida exata de um músico de jazz não é como ele pode tocar, mas o que ele pode dizer com poucas notas. Wes exprime volumes.


Fonte : Brad Farberman (JazzTimes)

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