A ideia do
arrojado novo álbum do saxofonista Geof Bradfield, “Our Roots”, emerge de uma
série de concertos em Chicago chamado Fulton
Street Jazz Record Art Collective, na qual músicos interpretam um álbum
clássico de jazz por inteiro. Dese seu início, artistas visitantes têm
interpretado trabalhos dos suspeitos usuais—John Coltrane, Thelonious Monk, Max
Roach—mas quando foi a vez de Bradfield, o saxofonista nascido em Houston
investigou mais profundo dentro da História do Jazz. Seu álbum: “These Are My
Roots” de Clifford Jordan, de 1965, homenageia o heroi de folk-blues, Huddie “Lead Belly” Ledbetter. Quando Bradfield ouviu
pela primeira vez esta gravação em uma fita cassette ao final dos anos 1990, ele
estava entusiasmado por aquilo que estava sendo apresentado na fita. É fácil
entender porquê. O álbum de Jordan é um belo casamento do passado com o
presente. Ele tranquilamente sintoniza o estado rústico da paixão de Lead Belly
pelos vocais folk, embora infundindo o material com uma moderna sensibilidade hard-bop. A gravação de Bradfield
executa um similar feito, embora com uma pegada distinta do século XXI. O álbum
consiste em quatro canções de Lead Belly que Jordan originalmente gravou — “Take
This Hammer” e “Dick’s Holler” são divertidas — bem como um punhado de canções folk do Sul e duas reinterpretações de Blind
Willie Johnson. Ao lado de canções com uma métrica um pouco estranha e acordes alterados
ocasionalmente, Bradfield propositalmente evita o ornamento “intelectual” do
jazz contemporâneo, focando, em vez disto, em melodias simples tocadas calorosa
e diretamente. Acompanhando Bradfield neste projeto está a profundamente
empática unidade formada por Marquis Hill no trompete, Joel Adams no trombone,
Clark Sommers no baixo e Dana Hall na bateria— um time dos sonhos dos educados
jazzistas de Chicago. Cada manifestação é um profundo comprometimento com a
melodia e o balanço, fazendo deste ser menos dos solistas e mais sobre o
espírito da música que o inspirou. Ao saudar Jordan e Lead Belly, o álbum de Bradfield
iluminam dois importantes —embora inesperados —artistas na música
norte-americana. Também eleva a estatura de outro: O próprio Bradfield.
Faixas:
Adam in the Garden; Clinton Hill; Yellow Gal; Black Girl; Meshell; Before This
time another Year; Lead Belly; Dick's Holler; Mbira Song; Dark Was the Night,
Cold Was the Ground; Motherless Children; Take This Hammer
Músicos:
Geof Bradfield: saxofone tenor; Marquis Hill: trompete; Joel Adams: trombone;
Clark Sommers: baixo; Dana Hall: bateria.
Fonte:
BRIAN ZIMMERMAN (DownBeat)
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