O
trompetista Woody Shaw e o baterista Louis Hayes será para sempre ligado à
consciência coletiva dos fãs de jazz. Este é largamente um produto de
prolíficas e incendiárias parcerias em duo nos anos 1970, quando elas criaram
alguns dos seus mais explosivos trabalhos. Alguma música, anteriormente não
lançada, deste período veio à luz através de maravilhoso trabalho arqueológico
da HighNote Records. Em Junho, o selo
lançou “The Tour, Volume One”, uma crônica de 1976 em Stuttgart, Alemanha. “Volume
Two” é uma compilação de performances ao vivo gravadas em 1976–77 naquela mesma
excursão da Europa. Este foi um período transitório do jazz, com os sons e
estruturas de hard-bop firmemente
dando forma para maquinações de fusion.
Shaw e Hayes floresceram nesta zona limiar, incorporando elementos dos dois
lados do início do jazz dentro de um estilo próprio. O toque aqui é urgente e
imprevisível com manifestos melódicos que levitam com confiança e solos que
vasculham profundamente dentro da geologia harmônica. Shaw, em particular, mantem
uma energia constante ao longo deste disco. Ele transforma o standard de Jerome Kern, “All The Things
You Are”, dentro de uma plataforma de suporte de tensão e experimentação
harmonica, e injeta modernizante granulagem e bazófia em “’Round Midnight”, distribuindo
a melodia tipicamente carregada de romantismo em um manifesto de segurança e
equilíbrio. O saxofonista tenor Junior Cook está similarmente ativo e focado,
colocando seu solo em “Night In Tunisia” dentro de uma vitrine para modelos de
chicotadas e sonoridade em altíssimas notas. Porém, esta compilação não é sobre
velocidade. Hayes, agindo como acelerador da banda, é maleável em sua
abordagem, aquece e brilha em músicas agitadas como “Invitation” e sintonizando
de forma leve, move-se rápido na calmaria da balada “What’s New”. A flexibilidade
de seu toque de bateria é que mantem este veículo movimentando-se junto. Porém,
a despeito da intensidade, o passeio é algo pitoresco. Distinto da série do
primeiro disco, a variedade de performances no Volume Two adiciona um senso de
narrativa profunda para o trabalho, pintando a banda em mutabilidade, ainda que
em constante luz gratificante.
Fonte:
Brian Zimmerman (DownBeat)
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