playlist Music

terça-feira, 28 de agosto de 2018

WOODY SHAW & LOUIS HAYES - THE TOUR, VOLUME TWO (HighNote)


O trompetista Woody Shaw e o baterista Louis Hayes será para sempre ligado à consciência coletiva dos fãs de jazz. Este é largamente um produto de prolíficas e incendiárias parcerias em duo nos anos 1970, quando elas criaram alguns dos seus mais explosivos trabalhos. Alguma música, anteriormente não lançada, deste período veio à luz através de maravilhoso trabalho arqueológico da HighNote Records. Em Junho, o selo lançou “The Tour, Volume One”, uma crônica de 1976 em Stuttgart, Alemanha. “Volume Two” é uma compilação de performances ao vivo gravadas em 1976–77 naquela mesma excursão da Europa. Este foi um período transitório do jazz, com os sons e estruturas de hard-bop firmemente dando forma para maquinações de fusion. Shaw e Hayes floresceram nesta zona limiar, incorporando elementos dos dois lados do início do jazz dentro de um estilo próprio. O toque aqui é urgente e imprevisível com manifestos melódicos que levitam com confiança e solos que vasculham profundamente dentro da geologia harmônica. Shaw, em particular, mantem uma energia constante ao longo deste disco. Ele transforma o standard de Jerome Kern, “All The Things You Are”, dentro de uma plataforma de suporte de tensão e experimentação harmonica, e injeta modernizante granulagem e bazófia em “’Round Midnight”, distribuindo a melodia tipicamente carregada de romantismo em um manifesto de segurança e equilíbrio. O saxofonista tenor Junior Cook está similarmente ativo e focado, colocando seu solo em “Night In Tunisia” dentro de uma vitrine para modelos de chicotadas e sonoridade em altíssimas notas. Porém, esta compilação não é sobre velocidade. Hayes, agindo como acelerador da banda, é maleável em sua abordagem, aquece e brilha em músicas agitadas como “Invitation” e sintonizando de forma leve, move-se rápido na calmaria da balada “What’s New”. A flexibilidade de seu toque de bateria é que mantem este veículo movimentando-se junto. Porém, a despeito da intensidade, o passeio é algo pitoresco. Distinto da série do primeiro disco, a variedade de performances no Volume Two adiciona um senso de narrativa profunda para o trabalho, pintando a banda em mutabilidade, ainda que em constante luz gratificante.

Fonte: Brian Zimmerman (DownBeat)

Nenhum comentário: