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terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

CLARK SOMMERS’ BA(SH) – PENINSULA (Outside In)

É preciso muito mais que sólida capacidade de tocar um instrumento para fluir confortavelmente no formato de trio sem cordas pós-moderno, experiências compartilhadas, memórias, compreensão e química, que, também, estão envolvidas. No caso de Ba(SH) de Clark Sommers, um trio vinculado ao baixista, ao saxofonista Geof Bradfield e ao baterista Dana Hall, todas as caixas são verificadas. Estes prodígios da Windy City (Chicago) têm atuado juntos em vários grupos por mais de duas décadas, e como resultado dos seus encontros passados há forte harmonia e comunicação, que guiam seus movimentos.

Qualquer música, escolhida aleatoriamente, de “Peninsula” —o segundo álbum da banda, seguindo o da sua estreia em 2013, que leva o nome da banda— pode efetivar o processo anteriormente mencionado. Tome a abertura, “High Tide”, ela vende a si mesma como um veículo em tempo reto, com trabalho firme das baquetas de Hall e as linhas robustas de Sommers mantendo tudo junto. Porém, com desenvolvimento vigoroso, extrema flexibilidade com respeito aos papéis na engrenagem, e um caráter que muda ao final do trecho, é algo menos prognosticável. O mesmo serve para o encerramento, “Disambiguation”. Enquanto a canção toca para seu nome, com ênfase e clareza, há ainda surpresa na forma como Ba(SH) usa uma dinâmica enérgica e liderança para amparar um âmago de suingue mais simplificado.     

A música entre estes polos exibe o guarda-chuva da sensibilidade da banda, que cobre uma plenitude de terreno estético. “Morning Bell” lida com pura magia, a agitada “Goes Around” conduz intermitentemente os trilhos dentro do estilo e “Maybe Never” dá campo para admirar os arcos melódicos de Bradfield e o caminho dos seus companheiros de banda suportam sua evolução. O promontório projeta-se dentro das águas da possibilidade, neste particular “Peninsula” é uma peça verdadeiramente valiosa de terra.

Faixas

1 High Tide 7:21

2 Morning Bell 7:42

3 Goes Around 6:54

4 The Forgotten 8:00

5 Maybe Never 5:54

6 Hope Dance 7:41

7 Disambiguation 5:49

Fonte: DAN BILAWSKY (JazzTimes)

 

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