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sexta-feira, 22 de outubro de 2021

ARCHIE SHEPP & JASON MORAN – LET MY PEOPLE GO (Archieball)

As palavras de Exodus difundem a totalidade do novo álbum de Archie Shepp e Jason Moran, com performance em duo, a partir do título para cada nota que os dois tocam. Mas a audição, não ajudaria a pensar sobre outra passagem da escritura, que ressoa com uma novidade alucinante, eco cavernoso do saxofone de Shepp: “Eu sou a voz de um choro no deserto: Siga o caminho direto para ao Senhor”. Como João Batista falou estas palavras em suave ainda que empática direção aos Judeus naquele tempo, os gritos do saxofone de Shepp para nós, hoje, mostra como temos falhado para reerguer este caminho.

“Let My People Go” reúne sete faixas que Shepp, o saxofonista icônico, polímata ativista e artístico, e Moran, sem dúvida, que é o mais imaginativo pianista de sua geração, gravaram juntos em uma série de concertos ao vivo entre 2017 e 2018. Você não saberia qual o primeiro a ser ouvido. A angústia e a impetuosidade na quais eles focam nos dois spirituals (“Sometimes I Feel Like a Motherless Child” e “Go Down, Moses”), que constituem o centro da gravação para ressoar com clamor por justiça, ouvido no verão passado na vigília de Ahmaud Arbery, Breonna Taylor e George Floyd. Moran estabelece uma cama harmônica riscada com o divino ardor à la Alice Coltrane, Shepp sopra e vocaliza com uma voz que crepita constantemente, se decorrente da idade ou do sofrimento, que, de qualquer forma, é devastadora.

Isto não é fogo ou comercial para enxofre, entretanto, como Shepp e Moran apresentam empatia e propósito através de outras cinco faixas: quatro trabalhos reimaginados por outros e uma inédita de Moran, “He Cares”. Eles invocam a generosa fé de Trane na tomada de “Wise One”—uma profunda interpretação de Crescent— e em “Isfahan” de Duke Ellington e Billy Strayhorn, eles, brevemente, extraem melancólicos meios-tons da melodia do sax alto original de Johnny Hodges antes de passar para algo próprio. Sob as cambalhotas do sax de Shepp, Moran constantemente constrói novas nuances, que faz a música soar com harmonia mais profunda. O toque entre os dois músicos exemplifica uma espécie de acordo construído na verdadeira comunicação e trabalho através do comum, o que é bem instigante.

Faixas : Sometimes I Feel Like a Motherless Child; Isfahan; He Cares; Go Down Moses; Wise One; Lush Life; Round Midnight.

Músicos : Archie Shepp: saxofone tenor; Jason Moran: piano.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=NzeSGFDp7xc

Fonte: JACKSON SINNENBERG (JazzTimes)

 

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